Moody’s decide rebaixar a nota de crédito dos EUA

A agência classificadora de risco Moody’s rebaixou, nesta sexta-feira 16, a nota creditícia dos Estados Unidos de seu nível máximo de triplo A, em um golpe ao discurso do presidente Donald Trump sobre a força econômica e a prosperidade do país.

O rebaixamento de Aaa para Aa1 ocorreu no mesmo dia em que vários legisladores republicanos frustraram no Congresso uma votação sobre o avanço de um megaprojeto de lei que é visto como a peça central do programa do presidente americano.

Em um comunicado, a Moody’s destacou “o aumento, durante mais de uma década, das razões entre dívida pública e pagamento de juros a níveis significativamente superiores aos de países com classificações similares”.

A decisão reflete um recente aumento dos custos de financiamento nos Estados Unidos, agravado ainda mais pela pandemia de Covid, e acompanha decisões semelhantes tomadas nos últimos anos pelas outras duas importantes agências de classificação americanas, S&P e Fitch.

“Os sucessivos governos e o Congresso americano não conseguiram chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência dos grandes déficits fiscais anuais e o aumento dos custos dos juros”, afirmou a Moody’s.

“Não acreditamos que as propostas fiscais atualmente em discussão consigam reduções plurianuais significativas dos gastos obrigatórios e do déficit”, acrescentou a agência, e indicou que prevê déficits maiores durante a próxima década.

“É provável que o desempenho fiscal dos Estados Unidos se deteriore em comparação com o seu próprio passado e com outros países com alta classificação de crédito”, advertiu.

De negativo para estável

A agência também alterou sua perspectiva dos Estados Unidos de negativa para estável.

Apesar do desempenho deficiente dos Estados Unidos na luta contra o aumento dos níveis de dívida pública, o país “mantém forças de crédito excepcionais, como o tamanho, a resiliência e o dinamismo da sua economia e o papel do dólar americano como moeda de reserva global”, declarou a Moody’s.

No entanto, instou o governo a “implementar reformas fiscais que permitam desacelerar significativamente e até reverter a deterioração da dívida e dos déficits públicos, seja aumentando a receita ou reduzindo as despesas”.

A agência alertou sobre o fato de que “uma deterioração mais rápida e significativa dos equilíbrios orçamentários” ou um abandono por parte dos investidores mundiais do dólar como moeda de reserva poderia pesar muito negativamente e provocar “um aumento das taxas de juros, o que encareceria o custo da dívida”.

Mas reconheceu que esse segundo cenário é “pouco provável na medida em que não surgiu uma alternativa plausível ao dólar como moeda de reserva”.

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