Lançada a uma nova era política de contornos desconhecidos com a queda do presidente Bashar al-Assad, no último domingo 8, a Síria será governada provisoriamente pelo líder rebelde Mohamed al-Bashir.
O próprio Bashir confirmou, em discurso televisionado nesta terça-feira 10, que ficará responsável pelo governo de transição até o início de março de 2025.
A escolha do nome de Bashir acontece em meio a negociações entre as diferentes forças do país sobre o que será da Síria. A principal delas é o grupo Hayat Tahrir-al Shams (HTS), que promoveu a tomada de poder atrás do seu líder, Abu Mohammad al-Jolani.
Mas o grupo não está sozinho, já que a disputa pelo poder também envolve o Exército Nacional da Síria (ENS), apoiado pela Turquia; as Forças Democráticas Sírias (SDF), uma aliança de maioria curda apoiada pelos Estados Unidos; e o Southern Operations Room (Sala de Operações Sul, em tradução livre), um grupo rebelde do sul e do sudoeste do país. Além deles, membros do governo Assad que permaneceram na Síria devem ser atores de relevo no complexo processo de negociação.
Mohamed al-Bashir ocupa essa estrutura de poder por meio de uma célula conhecida como “Governo da Salvação Síria”, ligada ao HTS. Ele foi escolhido em janeiro deste ano para liderar a região noroeste do país, dominada pelo grupo rebelde.
Engenheiro de 41 anos, Bashir também tem no seu histórico trabalhos em prol da ajuda humanitária à Síria, através do grupo rebelde dominante.