Ministros do STF acreditam que o bilionário Elon Musk não usará sua posição e influência no governo dos Estados Unidos, com a posse de Donald Trump, para agir contra o Supremo ou magistrados da Corte, conforme informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
No ano passado, Musk protagonizou atritos públicos com o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “tirano” e “ditador” em razão de decisões judiciais envolvendo a rede social X, antigo Twitter, da qual o bilionário é dono.
Apesar disso, ministros avaliam que o ambiente de confronto deve ficar no passado, com a relação institucional entre Brasil e Estados Unidos prevalecendo sobre disputas individuais. Atualmente, Musk lidera o Departamento de Eficiência Governamental no governo americano.
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, afirmou que não vê “nenhuma possibilidade de retaliação” contra Moraes ou a Corte. Segundo ele, “não há nenhum temor”.
“Não há nenhum temor. Ninguém acredita nisso. As relações institucionais se fazem de maneira normal, tranquila. Estive [recentemente] na embaixada americana. Lá, a embaixadora falava dos 200 anos de relações que o Brasil mantém com os Estados Unidos. Passamos pelos mais diversos governos ao longo desses anos. É uma relação muito marcante. A presença do capital americano no Brasil e a cooperação que existe também. Nós temos empresas grandes nos Estados Unidos”, disse.
As declarações foram feitas após uma reunião em 18 de dezembro, na Embaixada dos Estados Unidos, conduzida por Elizabeth Bagley, ex-embaixadora indicada por Joe Biden. Apesar de ter deixado o cargo com a transição para o governo Trump, Bagley reforçou durante o encontro a relevância da cooperação entre as nações.
Gilmar Mendes também abordou os desafios globais envolvendo plataformas digitais. “O que houve naquele episódio [decisões de Moraes sobre a rede social de Musk] tem se repetido, de alguma forma, mundo afora, que é a falta de parâmetros. Essas entidades estão em algum lugar no mundo, pode até ser um nowhere [lugar algum], e não respondem ao Estado territorial. Já houve problemas na Austrália, nos próprios Estados Unidos, já houve problema na Inglaterra. É uma questão delicada. Elas [as plataformas] são naturalmente transnacionais.”
E finalizou: “Não vejo nenhuma possibilidade de retaliação. O que houve naquele episódio [decisões de Moraes sobre a rede social de Musk] tem se repetido, de alguma forma, mundo afora, que é a falta de parâmetros. Essas entidades estão em algum lugar no mundo, pode até ser um nowhere [lugar algum], e não respondem ao Estado territorial. Já houve problemas na Austrália, nos próprios Estados Unidos, já houve problema na Inglaterra. É uma questão delicada. Elas [as plataformas] são naturalmente transnacionais.”