Foto: Douglas Mansur / Comunicação MST

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP)

A ministra Macaé Evaristo, do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, e o ministro Paulo Teixeira, do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, participaram, neste domingo (12), do velório das vítimas do ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no interior de São Paulo. 

O ataque, que ocorreu na noite de sexta-feira (10), deixou duas pessoas mortas, Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, de 52 anos, e seis feridas. Os moradores do assentamento contam que, por volta das 23h, os criminosos invadiram o assentamento com carros e motos, disparando indiscriminadamente contra as pessoas.

O velório de Valdir e Gleison reuniu, além de ministros, familiares, amigos, moradores de assentamento e lideranças do MST, como Gilmar Mauro, da direção nacional do movimento. Após o velório, os corpos foram levados para o Crematório Memorial Sagrada Família.

Foto: Douglas Mansur / Comunicação MST

Na ocasião, Macaé Evaristo afirmou que o governo federal dará atenção aos assentamentos do MST em São Paulo, o que vem sendo cobrado publicamente por dirigentes do movimento. 

“Seguimos na luta porque a gente sabe que, em São Paulo, precisamos dar uma atenção muito especial, porque os nossos movimentos estão sob linha de fogo e linha de tiro. E o nosso povo não pode perecer por força dos algozes que são aqueles que acham que são donos das riquezas do nosso país”, disse a ministra em Tremembé.

“Aqueles que atentam contra a democracia insuflam a violência, a violência contra os nossos os movimentos, a violência no campo, a violência que tira as nossas vidas”, afirmou Evaristo.

O ministro Paulo Teixeira, por sua vez, reiterou que aguarda o esclarecimento do crime. “O que a gente espera é que a polícia esclareça a autoria desse crime e o verdadeiro mandante desse crime, e que possa dar segurança a esses assentados que querem tocar a sua vida, querem produzir alimentos. Eles estavam dentro do assentamento, não estavam perturbando ninguém. Eles foram defender o lote”, disse.

“Esse fato não constrangerá o programa de reforma agrária. Pelo contrário, ele vai avançar no sentido de assentar pessoas, garantir produção de alimentos e garantir a segurança de todos os assentados”, concluiu.

Neste sábado (11), um dia depois do crime, o homem acusado de ter chefiado o ataque foi preso. O delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra, afirmou que o homem de 41 anos confessou a participação dele no atendado. “Não só confessou, como ele está indicando onde podem ser encontradas as demais pessoas [que participaram do ataque]”, disse em coletiva de imprensa.   

Além de confessar o crime, o homem foi identificado por vítimas que estão hospitalizadas e por testemunhas que presenciaram o ataque. “A gente trabalha na condição de certeza da participação dele”, afirmou o delegado Marcos Ricardo Parra.

Ainda não se sabe, no entanto, a motivação do criminoso. Indícios apontam que pode haver uma relação com a disputa por um lote do assentamento. “Foi um problema interno de pessoas do próprio assentamento, entre elas [mesmas], ou seja, sem nenhuma conotação com invasão ou proteção de terra. Foi uma cobrança de posição em relação à permissão de negociar o terreno ou não. A gente não conseguiu, até agora, entender se ele era o adquirente ou se ele era o intermediário. Seja como for, ele estava lá para modificar o pensamento dos demais”, disse Parra.

Edição: Douglas Matos e Gabriel Vargas

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Last Update: 12/01/2025