O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a equipe econômica está considerando uma revisão para cima da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, atualmente estimado em 2,5%. A declaração foi feita durante um evento organizado pela corretora Warren Investimentos.
Haddad indicou que uma atualização das previsões econômicas pode ocorrer em breve. “Eu diria que nós brevemente devemos rever o crescimento da economia brasileira para além dos 2,5% previstos pela nossa Secretaria de Política Econômica”, afirmou o ministro.
Em julho, a Secretaria de Política Econômica (SPE) havia mantido a projeção de crescimento do PIB em 2,5%, mesmo com sinais de um desempenho econômico superior ao esperado. Na ocasião, Haddad pediu cautela à equipe econômica, solicitando uma abordagem cuidadosa na revisão das previsões.
O mercado financeiro, no entanto, tem sempre previsões bem mais conservadoras: o Banco Central projeta um aumento de 2,3% para 2024, enquanto outras estimativas no mercado indicam uma alta de 2,2%. Para 2025, a discrepância é ainda maior, com a projeção do BC apontando para 1,92%, contra 2,6% estabelecidos pelo Ministério da Fazenda.
O economista Marcelo Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), ressalta que ajustes nas previsões do PIB não são inéditos e refletem a importância do investimento e do consumo doméstico. “Não é a primeira vez que o mercado erra suas previsões nas estimativas de crescimento do PIB brasileiro”.
Fernandes sugere que a retomada do investimento público e a redução da taxa de juros seriam fundamentais para um avanço mais significativo. “O resultado anunciado pela SPE destaca o papel crucial do investimento e do consumo para o crescimento econômico. Embora a inflação esteja controlada, as pressões sobre a política fiscal podem precisar de ajustes. O país pode progredir ainda mais com a retomada do investimento público e a redução da taxa de juros”, afirmou Fernandes.
Por outro lado, Wellington Duarte, economista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), elogiou a gestão econômica do governo desde 2023, apesar dos desafios enfrentados. Duarte apontou que a recuperação gradual e o aumento das vendas e do consumo das famílias são sinais positivos.
“O governo pegou um país em dificuldades e, aos poucos, está melhorando as condições de vida da população. Embora o crescimento seja lento, é encorajador ver sinais de recuperação, como o aumento do consumo das famílias”, comentou. O economista também destacou a expectativa de que o Brasil possa em breve sair do mapa da fome, refletindo a eficácia das políticas econômicas implementadas.
O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é um indicador fundamental para medir o desempenho econômico. A expectativa de revisão para cima da projeção de crescimento reflete a melhoria do desempenho econômico, impulsionada pelo bom momento da balança comercial, com aumento das exportações e saldo comercial crescente.
Com a economia brasileira mostrando sinais positivos, o governo mantém sua projeção de alta de 2,5% para o PIB em 2024, enquanto o mercado e o Banco Central prefere ajustar expectativas de acordo com seus interesses fiscalistas de especulação financeira.