O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), declarou à Polícia Federal que o dinheiro entregue pelo general Walter Braga Netto para financiar um plano que envolvia o assassinato de autoridades foi obtido junto ao pessoal do agronegócio.
Os detalhes constam da decisão em que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mandou prender Braga Netto. A PF cumpriu a ordem na manhã deste sábado.
Moraes ressaltou que, além de as provas indicarem a atuação dolosa de Braga Netto na tentativa de obstruir a investigação, um depoimento de Cid prestado em 21 de novembro e corroborado por documentos aponta que o general obteve e entregou dinheiro para a organização do plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. Essa ação clandestina previa até o assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin e de Moraes.
O general repassou diretamente ao então Major RAFAEL DE OLIVEIRA dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação.
Diz um trecho do depoimento de Cid: “O Coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador [Cid] e o general Braga Netto no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o general Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio.”