O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discutirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a expulsão iminente do embaixador brasileiro na Nicarágua, Breno Souza da Costa, prevista para esta quinta-feira.
A medida de expulsão foi motivada, segundo fontes da imprensa da Nicarágua, pela não participação do Brasil nas celebrações do 45º aniversário da Revolução Sandinista, ocorridas em Manágua em 19 de julho.
De acordo com o Itamaraty, a ausência do embaixador no evento deve-se ao congelamento das relações diplomáticas entre o Brasil e a Nicarágua.
Esta decisão foi uma resposta à prisão de líderes religiosos nicaraguenses, uma ação que intensificou as críticas ao governo de Ortega por suas políticas consideradas autoritárias.
Desde 2022, Ortega tem adotado medidas severas contra a Igreja Católica, incluindo a apreensão de propriedades e a dissolução de ordens religiosas, além da detenção de padres e bispos.
O Brasil, tentando mediar uma solução entre o Vaticano e Manágua, exigiu a libertação dos líderes religiosos detidos.
Na semana passada, a embaixada brasileira em Manágua recebeu uma queixa formal do governo nicaraguense, que também ameaçou proceder com a expulsão do embaixador brasileiro.
A situação continua a ser um ponto focal nas relações exteriores do Brasil com países latino-americanos sob regimes de esquerda.