O barco Madleen em alto mar e o ministro da defesa israelense Israel Katz. Fotomontagem: Divulgação/X

Neste domingo (8), um barco com 12 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg e o ativista brasileiro Thiago Ávila, tenta romper o bloqueio naval imposto por Israel à Faixa de Gaza. A embarcação Madleen, operada pela Freedom Flotilla Coalition (FFC) — Coalisão Flotilha da Liberdade — partiu da Sicília, na Itália com a missão de levar ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, que vive sob cerco israelense.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, prometeu impedir a chegada do barco, afirmando que não permitirá que o bloqueio seja violado. Segundo ele, a medida busca evitar que o grupo Hamas importe armas. Israel considera a ação uma ameaça à segurança e já advertiu que qualquer tentativa de aproximação será interceptada.

A bordo do Madleen estão, além de Thunberg, a deputada francesa Rima Hassan, descendente de palestinos, e o ator irlandês Liam Cunningham, da série Game of Thrones. Hassan já foi proibida de entrar em Israel por sua oposição às políticas israelenses. O ativista brasileiro Thiago Ávila também participa da missão, que denuncia a crise humanitária em Gaza e busca mobilizar a opinião pública internacional.

Na manhã deste domingo, os ativistas relataram uma interferência eletrônica nos radares da embarcação, que durou cerca de 30 minutos. De acordo com Ávila, o sistema de rastreamento indicava que o barco estava no aeroporto da Jordânia, embora estivesse a cerca de 162 milhas náuticas de Gaza. O grupo acredita que a interferência sinaliza uma possível interceptação ou ataque.

Greta Thunberg e o brasileiro Thiágo Ávila (ao centro) com parte da tripulação do navio Madleen. Foto: Fabrizio Villa/Getty Images

Thunberg declarou, em entrevista antes da partida, que o silêncio internacional diante da crise em Gaza equivale a “um genocídio transmitido ao vivo”. Israel nega as acusações e classifica as críticas como antissemitas. Segundo as autoridades israelenses, o bloqueio é necessário para impedir o fortalecimento do Hamas.

Esta é a segunda tentativa recente da  Flotilha da Liberdade de romper o cerco marítimo. No mês passado, outro navio do grupo foi atacado por drones enquanto navegava em águas internacionais próximas a Malta. A organização responsabilizou Israel pelo ataque, que danificou a parte dianteira da embarcação.

Apesar de Israel ter flexibilizado a entrada de ajuda básica em Gaza no último mês, após um bloqueio total de três meses, organizações humanitárias alertam para o risco iminente de fome. A guerra já destruiu grande parte do território e deslocou cerca de 90% da população, deixando os palestinos altamente dependentes de auxílio externo.

A missão liderada pela FFC busca não apenas entregar suprimentos, mas também pressionar a comunidade internacional a agir diante da situação humanitária extrema vivida em Gaza. Os ativistas esperam que a ação chame atenção global para o impacto do bloqueio e dos bombardeios israelenses sobre os civis palestinos.

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Last Update: 08/06/2025