A compra de 36 veículos blindados da empresa israelense Elbit Systems pelo Exército Brasileiro foi suspensa após intervenção de Celso Amorim, assessor internacional do presidente Lula. O contrato, avaliado em R$ 1 bilhão, havia sido vencido em licitação pela Elbit em abril, superando concorrentes da China, França e República Tcheca. O equipamento foi escolhido por critérios de melhor preço e técnica, e o processo estava prestes a ser finalizado.
No entanto, Amorim expressou preocupações de natureza política e diplomática, relacionadas ao recente conflito entre Israel e o Hamas em Gaza. À CNN, ele destacou que, “depois da ação altamente condenável do Hamas houve genocídio por parte de Israel em relação aos palestinos e acho complicada essa compra. Primeiro que a decisão da corte internacional recomenda não colaborar com Israel nesse aspecto militar. Além disso, é preciso esperar passar essa instabilidade no conflito com Gaza.”
Amorim ainda ressaltou que não se trata de uma oposição a Israel em si, mas sim ao governo atual de Benjamin Netanyahu e suas ações militares. “Não tenho nada contra Israel. O povo judeu deu inúmeras contribuições à humanidade ao longo da história. O Brasil reconhece e respeita o estado de Israel. Mas esse governo atual do país tem tido comportamento altamente condenável do ponto de vista militar. Então é delicado ficar dependendo militarmente de Israel”, disse.
Fabricação no Rio Grande do Sul
Como resposta à resistência de Amorim, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, iniciou negociações com a Elbit Systems para que os blindados sejam fabricados no Brasil, na planta da empresa no Rio Grande do Sul, em vez de serem importados. Além disso, as condições de pagamento foram ajustadas, com início previsto apenas para 2027.
A estratégia visa contornar as objeções de Amorim e obter o aval do presidente Lula, que deve discutir o assunto na próxima semana. Segundo Múcio, o objetivo é garantir que a produção dos veículos seja majoritariamente nacional, atendendo assim às preocupações políticas e econômicas do governo.
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com informações da CNN