Pauta central do governo Lula, o combate à fome terá também um recorte de gênero e raça, visando atender às necessidades específicas de uma parcela da população especialmente vulnerável: as mulheres negras. Nesta quinta-feira (25) — Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha — uma agenda de ações voltadas para esse segmento foi anunciada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, no Rio de Janeiro.
As medidas — que somam R$ 330 milhões em investimentos — são fruto de uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e fazem parte do programa Brasil sem Fome.
De acordo com Anielle, “a gente lança essa agenda com muita certeza de que cada real investido para enfrentar a desigualdade retorna à sociedade, multiplicando a qualidade de vida e direitos”. Ela completou dizendo que “75% das casas que estão com insegurança alimentar grave são de pessoas negras. Nas casas chefiadas por mulheres negras, 40% são afetadas pela fome de alguma forma”.
O programa terá formação de gestores e profissionais do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e estudos e pesquisa de dados, além do fomento a cozinhas solidárias e projetos liderados por mulheres negras. “Quem sabe melhor resolver o problema da fome é quem está no dia a dia com isso”, afirmou Anielle.
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Conforme apontou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, “quando a gente dá a mão a essas pessoas para sair da fome e, ao mesmo tempo, o passo seguinte, para tirar da pobreza, a gente tem de efeito o crescimento da classe média, do país”.
Segundo o ministro, neste ano, R$ 6,6 bilhões do governo federal serão transferidos para pessoas em situação de vulnerabilidade no estado, por meio de programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo por mês ao idoso a partir de 65 anos e para pessoa com deficiência de qualquer idade.
Nesta quarta-feira (24), a ONU lançou relatório que mostra uma queda acentuada, de 85%, no número de pessoas com fome no Brasil em 2023, de maneira que 14,7 milhões de pessoas deixaram essa situação.
Em 2022, ainda sob Jair Bolsonaro, a fome atingia 17,2 milhões de brasileiros, número que caiu para 2,5 milhões. Isso significa que, antes, 8% de toda a população brasileira enfrentava esse tipo de privação e agora, o percentual é de 1,2%.
Com Agência Brasil
Edição: Priscila Lobregatte