O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, confirmou o envio de lingotes de ouro das reservas internacionais do Banco Central do país para o exterior, justificando a medida como um movimento “muito positivo, pois permite ao país obter retornos que seriam possíveis de outra forma”. No entanto, nem o local de depósito nem os rendimentos obtidos foram informados.
Segundo o site argentino, a situação foi descoberta a partir de uma reclamação apresentada pelo deputado e secretário-geral do sindicato La Bancaria, Sergio Palazzo, que fez um “pedido de informação pública clara, precisa, completa e detalhada, feito ao presidente do BCRA de acordo com o direito que me confere a Lei de Acesso à Informação Pública 27.275 e seu decreto regulamentador nº 206/2017”.
O Banco Central da Argentina possui cerca de 1,98 milhão de onças troy de ouro, que foram avaliadas em cerca de US$ 4,5 bilhões.
De acordo com o jornal, a suspeita é que nos dias 7 e 28 de junho tenham saído caminhões de dinheiro da empresa Lumil levando o ouro do cofre do Banco Central da Argentina para o aeroporto internacional de Ezeiza. O destino seria o Banco Central da Inglaterra, com transporte feito pela British Airways.
O envio foi admitido por Caputo na última sexta-feira, e disse que tal movimento é “muito positivo, porque hoje você tem ouro no BCRA, que é como se você tivesse um imóvel lá dentro que não pode ser usado para nada. Fora você pode obter retornos”.
Embora a intenção oficial tenha sido obter rendimentos pelo ouro depositado no exterior, pode-se dizer que o metal também seria uma garantia para obter empréstimos no exterior, uma vez que o governo argentino não pode obter créditos em larga escala de outra forma.