O Ministério da Saúde iniciou, nesta quinta-feira (21), uma nova etapa do programa Agora Tem Especialistas, com a entrega de 10 mil kits de telessaúde a Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 4.515 municípios brasileiros. A medida visa ampliar e qualificar o atendimento remoto no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em regiões com difícil acesso a consultas presenciais.
Além da entrega dos equipamentos, o governo federal lançou dois editais para expandir a rede de telessaúde no país. Um deles é voltado para hospitais privados, que poderão ser credenciados para oferecer serviços à rede pública. O outro edital destina-se a entidades públicas como secretarias de saúde, hospitais universitários e institutos de pesquisa. As inscrições para ambas as chamadas já estão abertas.
“O fortalecimento do SUS Digital faz parte de uma série de ações do Agora Tem Especialistas, que busca qualificar o atendimento da Atenção Primária para desafogar e também fortalecer a Atenção Especializada. Esse é o foco do programa do governo do presidente Lula, que tem como objetivo a redução do tempo de espera por consultas, exames e cirurgias em áreas essenciais para a rede pública”,afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo Padilha, o programa se concentra em especialidades com alta demanda, como oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.
De acordo com o ministério, o número de atendimentos por telessaúde tem crescido significativamente: foram 1,5 milhão em 2023, 2,5 milhões em 2024, e 1,2 milhão apenas no primeiro semestre de 2025. A meta é alcançar 10 milhões de atendimentos até 2027.
O edital nº 2/2025, voltado à iniciativa privada, permitirá que hospitais com ou sem fins lucrativos sejam contratados por estados e municípios para prestar serviços de telessaúde ao SUS. Já o edital nº 3/2025, direcionado ao setor público, prevê a criação ou ampliação de Núcleos de Telessaúde, com prazo para submissão de propostas até o dia 6 de setembro.
Os serviços oferecidos incluem teleconsultas, teleinterconsultas, telemonitoramento e teleconsultorias — práticas que envolvem desde o atendimento direto ao paciente até a troca de informações entre profissionais de saúde. Todos os Núcleos deverão estar registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e seguir protocolos nacionais padronizados.
Investimentos
Cada kit de telessaúde contém notebook, webcam, teclado, televisor e outros equipamentos, com entrega prevista até o fim de setembro. O investimento é de cerca de R$ 45 milhões, com recursos do Novo PAC Saúde. A expectativa é que a oferta de consultas e exames remotos cresça 30%, com redução de até 30% no tempo de espera por atendimento.
O Ministério da Saúde também está investindo em conectividade. Em 2023, 920 UBS em áreas remotas foram conectadas via satélite, e outras 3 mil devem receber fibra ótica até o fim de 2025. Atualmente, 87% das UBS já utilizam prontuário eletrônico, o que facilita a integração dos dados com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
Entre as inovações anunciadas está a criação do Catálogo Nacional de Telessaúde, que funcionará como uma plataforma com serviços padronizados e qualificados, disponíveis para contratação por estados e municípios. A proposta é unificar a oferta, hoje fragmentada, e promover maior integração entre o setor público e privado.
Também será implantado um conjunto de protocolos nacionais inéditos, que estabelecerão critérios clínicos, logísticos e tecnológicos para os atendimentos remotos, garantindo maior qualidade, segurança e resolutividade no cuidado ao paciente.
LEIA TAMBÉM: