Militares da Guarda Nacional americana atuando nas ruas de Los Angeles. Foto: © Eric Thayer / AP / RFI

O presidente Donald Trump colocou as Forças Armadas em ação contra imigrantes, desencadeando uma onda de confrontos em cidades dos Estados Unidos. Em Los Angeles, a violência se espalhou por três dias seguidos, com manifestantes enfrentando a polícia em meio a protestos contra as deportações. Com informações de Jamil Chade, do Uol.

Em São Francisco, houve choques semelhantes. Trump afirma que os atos são uma “insurreição” e autorizou o envio de tropas, incluindo 2 mil soldados e 500 fuzileiros navais, para garantir as operações migratórias.

A Casa Branca determinou que militares sejam enviados para qualquer lugar onde agentes do ICE enfrentem resistência. A ordem não cita estados específicos e permite que o Pentágono escolha o número de soldados a ser mobilizado. O governo alega que há risco de “rebelião” contra a autoridade federal e que os protestos ameaçam instalações e agentes. Com isso, as operações de deportação devem ocorrer até em locais de trabalho dos imigrantes, e não mais apenas em bairros considerados perigosos.

A medida, considerada inédita em mais de 60 anos, marca o uso de tropas federais sem consentimento do governo estadual. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, classificou a ação como “ilegal” e pediu a retirada das tropas. Ele afirma que a crise foi fabricada pelo presidente  com fins políticos e acusa o republicano de violar a soberania estadual. Em redes sociais, o republicano respondeu dizendo que “a situação em Los Angeles está bem feia” e ordenou mais reforços.

Polícia de Los Angeles apreendendo detém manifestante durante protesto pró-imigração. Foto: Barbara Davidson/Reuters

A nova ofensiva ocorre apóso governo americano anunciar o fechamento do país para cidadãos de doze nações e restrições severas para outros sete países. O veto, segundo a Casa Branca, pretende barrar “criminosos e ameaças”, mas não inclui países aliados como o Egito, mesmo após um atentado recente ter sido cometido por um egípcio. A decisão afeta cerca de 140 mil pessoas que tentam entrar nos EUA por ano.

No fim de semana, helicópteros sobrevoaram protestos em Los Angeles com avisos diretos à população: “Temos todos vocês gravados. Vamos até suas casas.” A frase, gravada em vídeos que circulam nas redes sociais, aumentou o clima de pânico. Comunidades imigrantes começaram a se organizar para barrar as ações dos agentes federais, enquanto entidades de direitos civis denunciam abusos e ameaças.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, já indicou que pode ampliar o envio de militares, incluindo fuzileiros navais, para outras cidades. A medida amplia o confronto entre democratas e republicanos, com críticos acusando Trump de usar as forças armadas como instrumento político. Em meio às acusações, o presidente declarou: “Vamos ter tropas em todas as partes”.

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Last Update: 09/06/2025