O Hispan TV, o órgão estatal de imprensa do governo iraniano em língua espanhola, publicou a denúncia de que militares israelenses estão na Patagônia, na região ao sul da Argentina. A reportagem trouxe depoimentos de moradores da região que alertaram que os soldados estão se instalando ali, como se fossem mochileiros que estivessem fazendo turismo.

Um guia turístico contou que, anos atrás, um grupo de israelenses estavam hospedados no hostel em que ele trabalhava e que, num dia, saíram cedo para fazer trilha. Como estavam demorando a voltar, o guia e mais uma pessoa que trabalhava com ele foram atrás do grupo para procurá-los e os acharam perto de um rio com grandes aparelhos com antenas como se fossem telefones. Segundo ele, havia, também, um daqueles grandes telefones via satélite. No momento que os israelenses foram vistos, começaram a guardar os aparelhos de forma apressada e começaram a se comunicar apenas em hebreu. Eles não disseram o que estavam fazendo com aqueles aparelhos e nem porque estavam agindo daquela maneira.

Outra moradora da região, que tem origem libanesa e que possui um comércio ambulante com comidas árabes, disse que os sionistas estão infiltrados na Patagônia há 20 anos e estão invadindo a região de ponta a ponta.

Os militares que estão na Patagônia possuem mandados de prisão internacional em aberto pelos crimes cometidos contra os palestinos na Faixa de Gaza e, conforme aponta a denúncia por parte do guia turístico, eles estão na região e continuam atuando a serviço do Estado sionista e não apenas buscando fugir das condenações penais que enfrentam por crimes de guerra.

A situação desses militares na Patagônia remete ao caso que aconteceu no começo deste ano em que o soldado israelense Yuval Vagdani estava no Brasil e foi denunciado por seus crimes de guerra através da advogada Maira Pinheiro, que estava representando a Hind Rajab Foundation, uma ONG belga que atua em defesa dos palestinos no sentido de documentar e denunciar os crimes cometidos por “Israel” contra os palestinos, principalmente na Faixa de Gaza.

O soldado foi acusado de ter demolido, em novembro de 2024, um quarteirão inteiro na região conhecida como corredor Netzarim, na Faixa de Gaza, em um momento que estava fora de combate, algo que se configura como crime de guerra. Ao receber a denúncia, a Justiça determinou a investigação do soldado. Este é o procedimento padrão segundo tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário: investigar e, se for o caso, reprimir condenados por crimes de guerra, mesmo que tenham sido cometidos fora do território nacional.

A tarefa foi, então, repassada à Polícia Federal (PF), que pediu que a Justiça reconsiderasse o pedido de investigação, alegando que, apesar das fortes provas contra Vagdani, ele não havia sido condenado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), numa clara atitude de insubordinação e consequentemente alinhamento ao sionismo e ao imperialismo.

Após a divulgação da notícia de que foi determinada a investigação e diante da recusa da Polícia Federal, Vagdani conseguiu fugir do País. A ação contou com aparato do próprio Estado de “Israel” conforme confessado por Daniel Zonshine, embaixador do país, que admitiu que, através de contatos telefônicos com o soldado, foi articulada a sua saída rápida e segura para a Argentina.

A intromissão estrangeira no Brasil por parte de “Israel” por meio da PF foi no sentido de proteger e garantir a saída de um criminoso de guerra sionista, impedindo que fosse investigado, julgado e, provavelmente, condenado pelos crimes cometidos em Gaza. A própria fuga se torna uma confissão da ação criminosa de Vagdani e do conjunto militar do Estado sionista.

Tanto o caso da infiltração dos sionistas na Patagônia, que já foi local em que os membros do alto-escalão do nazismo se refugiaram logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, como da fuga do soldado israelense do Brasil, mostram a extensão do poder do sionismo pelo mundo através de órgãos completamente subordinados ao imperialismo como a Polícia Federal brasileira.

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Last Update: 02/03/2025