
A cidade estadunidense de Nova York foi novamente palco de um protesto em grande escala neste fim de semana de Páscoa. Milhares de manifestantes tomaram a 5ª Avenida com cartazes, bandeiras e gritos de resistência contra o ex-presidente Donald Trump. O ato, que ocorreu simultaneamente em ao menos 200 cidades dos Estados Unidos, foi articulada por ativistas e organizações da sociedade civil. Eles denunciam o avanço de medidas que colocam em risco os pilares democráticos, além de ataques sistemáticos a imigrantes e ao respeito aos direitos humanos.
Com o slogan “Não nos esconderemos”, os organizadores buscaram mobilizar não apenas a população progressista, mas também os grupos mais vulneráveis, como resposta à ausência de uma oposição política coordenada e efetiva. O objetivo declarado é ocupar as ruas de maneira permanente, mantendo a vigilância e a resistência contra políticas consideradas autoritárias.
Em Nova York, os manifestantes seguiram em marcha até o Central Park, atendendo ao apelo dos organizadores para que “não cedam ao medo”. A manifestação foi marcada por forte simbolismo patriótico, com centenas de bandeiras dos Estados Unidos e cartazes que rejeitavam a ideia de que o país tenha um “rei” – uma crítica direta a Trump e ao estilo personalista de sua liderança.
Ver essa foto no Instagram
A mobilização também deu voz a histórias pessoais. Mary Collins, de 83 anos, compareceu em uma cadeira de rodas. “Não posso ficar em casa diante do que está ocorrendo”, afirmou, arrancando aplausos de quem a ouvia. Sua presença foi citada por vários manifestantes como símbolo de coragem e compromisso com a democracia.
Outro foco de indignação foi o caso recente da deportação equivocada de um imigrante salvadorenho, utilizado como exemplo pelos ativistas para ilustrar os riscos de um sistema migratório agressivo e desorganizado. “O que estamos alertando é que isso pode acontecer com qualquer um de nós”, disse David, um dos participantes do protesto.

Cartazes também faziam menção crítica a figuras bilionárias do governo e à influência de empresários como Elon Musk na política americana. Para muitos, o acúmulo de poder nas mãos de poucos reforça a desigualdade social e ameaça o funcionamento democrático do país.
Apesar da ausência de uma liderança partidária unificada, os protestos revelam a tentativa da sociedade civil de ocupar esse vácuo com ações diretas. A aposta no “barulho das ruas” é, segundo os organizadores, uma forma de manter a pressão social e política até que haja mudanças efetivas no cenário nacional.
Com uma oposição política ainda em processo de reorganização após a última eleição, os atos têm sido encarados como um termômetro da insatisfação popular e um lembrete de que parcelas significativas da população continuam mobilizadas.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line