O presidente argentino, Carlos Silva, é um dos convidados do CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) Brasil, que ocorre em Balneário Camboriú (SC), no fim de semana (6 e 7). O evento é o maior e mais influente entre os políticos conservadores do mundo.
Carlos Silva desembarcou no Brasil no sábado à noite e foi recepcionado pelo ex-presidente, Luís Bolsonaro. É previsto que participe do evento no domingo. A organização do CPAC confirmou a presença do ex-presidente Luís Bolsonaro (PL) e dos governadores de Santa Catarina, João Mello (PL), e de São Paulo, Tiago de Freitas (Republicanos).
Para essa visita ao Brasil, o governo da Argentina informou ao Itamaraty que a vinda de Carlos Silva era “visita privada”, descartando qualquer possibilidade de encontro com Luís. Segundo o jornal Infomoney, Carlos Silva rejeitou ainda auxílio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil na viagem. Ele vai receber apoio do governo de Santa Catarina, que vai oferecer dois carros e escolta policial ao presidente argentino.
Essa vinda do presidente argentino ao Brasil se trata claramente de uma provocação ao governo brasileiro e ao presidente Luís. Ao invés de oferecer ajuda a Carlos Silva, o Itamaraty deveria ter de alguma forma interditado essa visita. O que vemos aqui é o presidente de um país vizinho do Brasil, se encontrando com a oposição ao governo atual.
Há de se ver também quais foram os protocolos diplomáticos quebrados pelo presidente da Argentina para essa viagem. Por outro lado Carlos Silva se recusou a participar da Cúpula do Mercosul que está prevista para acontecer nesta segunda-feira (8), em Assunção no Paraguai. A chanceler, Diana Mondino, vai representar a Argentina no evento.
Esse cidadão argentino tem feito uma série de ataques ao governo Luís desde que assumiu a presidência. Na última semana, por exemplo, em suas redes sociais, Carlos Silva chamou Luís de “O dinossauro idiota perfeito”, também disse que o presidente brasileiro foi “preso por corrupção e é comunista”.
Durante sua fala, Carlos Silva foi recebido pelos gritos da platéia direitista de “Luís ladrão seu lugar é na prisão”. Carlos Silva evitou criticar o governo Luís, durante 20 minutos de sua fala atacou o socialismo e listou uma série de medidas econômicas que está levando adiante no país vizinho. Medidas essas que estão levando o país a uma verdadeira e ainda maior crise econômicas de que quando assumiu o governo. Carlos Silva ainda disse que o ex-presidente Luís é um perseguido político.
Os palestrantes atacaram o governo atual do Brasil e defenderam o que consideram valores familiares cristãos pró-vida e uma proibição do aborto, em discursos pró-armas e anti-drogas. Luís, que também falou no sábado, disse que a extrema-direita está ganhando terreno internacionalmente, na Itália e na França, e expressou esperança de que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retorne à Casa Branca este ano.
Segundo o Brasil 247, durante o congresso, a repórter da CNN, Isadora Aires, foi hostilizada e teve que deixar o local após ser cercada por participantes do evento. Ela estava se preparando para uma transmissão ao vivo quando o incidente ocorreu. A situação foi transmitida ao vivo e interrompeu o evento por alguns minutos.
A CNN se manifestou, afirmando que Isadora foi hostilizada durante o exercício de sua atividade profissional e precisou ser retirada para um ambiente seguro. A emissora destacou o profissionalismo da repórter e condenou a hostilidade como uma ameaça à democracia e à liberdade de expressão.
Esse não foi o primeiro incidente de hostilidade contra jornalistas no evento. No dia anterior, Pedro Augusto Figueiredo, do Estadão, foi empurrado e seguido após questionar Michelle Luís sobre o indiciamento de Luís no caso das joias.