O ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi libertado pelas autoridades espanholas, no sábado 29.
Ela havia sido presa pela Interpol, em Madri, na sexta-feira 28, em decorrência de uma operação da Polícia Federal no Brasil.
O pedido de prisão feito pelas autoridades brasileiras foi analisado pela Justiça espanhola, que permitiu o relaxamento da medida de custódia.
Segundo os defensores do ex-CEO, Gutierrez é vítima de alegações originadas por delações mentirosas.
“A defesa reitera que Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos”, informa outro trecho da nota.
Ainda não se sabe quais foram as medidas impostas pela Justiça da Espanha ao autorizar a liberdade do executivo.
Na sexta-feira, a Polícia Federal do Brasil havia pedido à Justiça da Espanha a extradição de Miguel Gutierrez.
Especialistas pontuam que a extradição pode não acontecer, visto que Gutierrez possui cidadania espanhola e o país europeu não extradita seus cidadãos.
Apesar disso, o pedido também deverá ser analisado pela Justiça, que levará em conta, entre outros quesitos, a gravidade do crime, e se a nacionalidade estrangeira foi obtida antes ou depois do crime praticado.
“A partir dessa análise que nós vamos poder entender os caminhos: se é da possibilidade da extradição, em que pese a dupla cidadania, ou até mesmo do cumprimento da pena na Espanha conforme as normas espanholas”, diz Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, ao Jornal Nacional.
Além de Gutierrez, a operação ainda determinou a prisão da ex-diretora da empresa, Anna Christina Ramos Saicali, que continua foragida.
Mais cedo, ainda neste sábado, a Justiça brasileira considerou um pedido feito pela defesa da executiva e autorizou que ela retornasse em liberdade ao Brasil e se apresente as autoridades no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Anna terá seu passaporte retido, mas não ficará presa, desde que cumpra requisitos impostos pela Justiça.
A dupla deixou o Brasil após início das investigações que apurar um rombo financeiro de 25,7 bilhões de reais nas contas da empresa.