Com críticas à imprensa internacional, a jornalista palestina Jamila Hassan concedeu entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Para ela, Israel é o maior responsável pelas mais de 44 mil mortes de palestinos em Gaza, no entanto, a mídia tem sua parcela de culpa.
Hassan coloca que a mídia é “cómplice desse genocídio” e participa de uma propaganda que “desumaniza os palestinos”, o que contribui para mais mortes.
A comunicadora observa que a mídia ocidental apoia a narrativa de Israel enquanto minimiza a contextualização das condições que levaram ao conflito no território palestino. Na sua observação, enquanto as vítimas palestinas são reduzidas a números de mortos e feridos, os israelenses são humanizados.
Nesta semana Hassan está no Brasil para compromissos. O próximo será na quinta-feira (28), em uma palestra que dará na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, no Seminário Internacional ‘Racismo, Colonialismo e Genocídio na Palestina’.
Hassan, hoje residindo nos EUA, estava em Rafah quando a guerra eclodiu e seguiu com um trabalho de relato da guerra que descreveu como “cobertura do genocídio”. Depois de perder muitos amigos e conhecidos, saiu de Gaza pela fronteira sul com o Egito no mês de março – o conflito começou em 7 de outubro de 2023.
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Foi a primeira vez que saiu do território, que classificou como uma verdadeira prisão mesmo antes da guerra, ao se dar conta das condições em que viviam impostas pelo cercamento de Israel.
Atualmente ela segue como bolsista da Bard College, em Nova York e contribui para veículos como Al Jazeera.
*Com informações Folha. Edição Vermelho, Murilo da Silva