Sabe essa conversa da imprensa de que o Lula é o culpado pela alta do dólar? Ela não é nova. Vem desde 1989, quando o ex-metalúrgico nem era presidente, como mostra a capa do jornal A Tarde, de 13 de dezembro daquele ano. Para quem não se lembra, Lula era candidato e estava subindo rapidamente nas pesquisas, com tudo indicando que passaria Fernando Collor. Mas aí a grande mídia entrou em ação, criando manchetes e notícias para assustar a população e manipulando o debate final do 2o turno. O resultado todo mundo conhece.
Agora, as mesmas táticas de intimidação são novamente utilizadas. E pelos agentes de sempre. Basta Lula fazer qualquer declaração que desagrade a mídia – como as críticas à política de juros do Banco Central e a recusa em fazer ajustes em cima dos mais pobres – para os grandes portais estamparem, em letras garrafais, que ele é o grande responsável pelas sucessivas altas da moeda americana. Os especuladores agradecem esse movimento. E ganham muito dinheiro com ele.
O fato foi lembrado pelo líder do PT na Câmara, Odair Cunha (PT-MG), nesta quinta-feira (4). “As manchetes de jornal têm cheiro de coisa velha”, assinalou o deputado federal, em suas redes sociais. “Lula nem era presidente, mas já o culpavam pela alta do dólar”, pontuou Odair Cunha.
“Nossa moeda vem sofrendo com a omissão e declarações do bolsonarista presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto”, lembrou Odair Cunha. “Bancando o adivinho sinistro, que ignora os bons índices econômicos, ele age em defesa de interesses que não são os nacionais, sabotando o Brasil”, criticou.
As manchetes da semana têm cheiro de coisa velha. Prova disso é essa capa do Jornal da Tarde, de 1989: Lula nem era presidente, mas já o culpavam pela alta do dólar. Não é de hoje que o presidente enfrenta ataques especulativos do mercado financeiro.
Nossa moeda vem sofrendo… pic.twitter.com/sU0xYgFq8l
— Odair Cunha (@odaircunhamg) June 29, 2024
A verdade: dólar sobe em todo o mundo
A realidade é que a valorização do dólar não é um fenômeno isolado no Brasil. Um estudo da agência classificadora de risco Austin Rating, divulgado na última quarta-feira (3), revelou que, entre 118 moedas analisadas, 84 estão se depreciando frente à americana.
As causas verdadeiras dessa movimentação incluem diversos fatores, como o aumento da inflação americana e a subida de Trump – com suas promessas de proteger a economia local – nas pesquisas eleitorais nos Estados Unidos. Motivos alheios aos discursos do presidente brasileiro, cujas falas acabam servindo de pretexto para o aumento da especulação financeira.
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O governo faz sua parte
Ao contrário do que prega a mídia, o histórico de gestão fiscal de Lula mostra responsabilidade com a estabilidade econômica. Durante suas administrações anteriores, o Brasil alcançou superávits primários consecutivos. E a meta de déficit primário zero para 2024 permanece no horizonte.
É também importante lembrar que, em 2 de janeiro de 2003, no início do primeiro mandato de Lula, o dólar valia R$ 3,52. E em 31/12/2010, último dia do segundo mandato, estava cotada em R$ 1,66. Em oito anos, a moeda americana perdeu mais metade do valor frente ao real. Evidentemente que isso é fruto de boas políticas e decisões acertadas.
Apesar do histórico favorável e do momento econômico positivo, o governo não se cansa de reafirmar seu compromisso de manter as contas públicas equilibradas. Na quarta-feira (3), o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que está acertando medidas de cortes de gastos com o presidente. E que o dólar “vai se acomodar”.
Culpar o presidente Lula pela alta do dólar não é novidade. Os motivos são conhecidos. E os que ganham com isso, também. São os mesmos, há 35 anos. Enquanto isso, o governo continua fazendo seu trabalho com seriedade e determinação, que é o que importa para o povo brasileiro, especialmente os mais necessitados.
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Da redação