Michelle e Eduardo Bolsonaro integravam a ala mais radical na trama golpista

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) faziam parte da ala mais favorável a Jair Bolsonaro (PL) dar um golpe de estado em 2022 após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva. É o que revela a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

A íntegra do depoimento de Cid, datada de 28 de agosto de 2023, foi obtida pelo jornalista Elio Gaspari. Segundo o colunista do O Globo, o documento contém seis páginas e lista 20 envolvidos em três núcleos de apoio ao ex-presidente.

“Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando o para dar um golpe de estado, afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe”, destaca a transcrição do depoimento.

A dita ala mais radical também era composta por: Onyx Lorenzoni, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência; o senador Jorge Seiff (PL); Gilson Machado, ex-ministro do Turismo; o senador Magno Malta (PL); o ex-assessor para Assuntos Internacionais, Felipe Martins, e o general Mario Fernandes.

Do grupo, apenas Felipe Martins e Mario Fernandes foram indiciados pela Polícia Federal no relatório final da trama golpista, entregue à Procuradoria-Geral da União em 2024.

Cid relata que três núcleos distintos tentavam aconselhar o ex-presidente Bolsonaro após a derrota nas urnas, os quais classificou como ‘conservadores, moderados e radicais’. Entre os ‘conservadores’, composto pelo senador Flávio Bolsonaro (PL); o ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o comandante da aeronáutica Baptista Júnior, entre outros, tentava convencer o ex-capitão a assumir a derrota e se tornar o “grande líder da oposição”.

No grupo moderado, reuniam-se generais na ativa que se opunham ao golpe, entre eles os generais Freire Gomes, Arruda, Paulo Sérgio e Teófilo. Os generais temiam que Bolsonaro fosse influenciado pela ala radical a assinar ‘uma doideira’ que mergulhasse o Brasil em mais 20 ou 30 anos de ditadura.

Já o terceiro grupo, favorável às medidas golpista, poderia ser dividido em duas alas. Uma “menos radical”, que defendia o ‘sequestro’ de uma urna pelos militares para encontrar indícios de fraude, e outra mais radical “a favor de um braço armado”.

Sem citar todos os nomes, Cid destaca que Eduardo e Michelle pertenciam a ala mais radical dos favoráveis ao golpe, ao qual descreve como não um grupo organizado, mas sim pessoas com acesso direto ao então presidente.

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