Está circulando pelo Brasil, em eventos de lançamento com autores e personagem, o livro “José Genoino: uma vida entrevista”, escrito por Salvio Kotter e Nicodemos Sena, da Editora Kotter. Em entrevista ao programa TV GGN 20 Horas [assista abaixo] na noite de terça (17), Genoino, Kotter e Sena falaram a respeito da obra que, nas palavras do ex-deputado federal, faz parte do seu trabalho prioritário no momento, que é “ganhar corações e mentes para um projeto transformador, revolucionário e socialista”.
Falando à audiência do GGN no Youtube, Genoino afirmou que “a principal conclusão da história muito bem colocada no livro é que eu fiz tudo 100%. Não deixei nada pela metade e fui no limite dos riscos da dedicação a um projeto coletivo. Nessa luta eu passei por várias encruzilhadas, e eu digo para as pessoas que eu estou vivo porque luto. E eu luto porque sou contra o capitalismo. E eu sou contra o capitalismo porque quero outro sistema, outro regime para a humanidade, que está em crise.”
O livro é fruto de uma extensa entrevista feita com Genoino pelos autores em 2022, com acréscimos recentes de material. A obra passa pela movimento estudantil, a guerrilha, a clandestinidade, a fundação do PT, o período no parlamento, o Mensalão, até a militância atual em meio ao um terceiro governo Lula.
Genoino ressalta que o livro defende a existência de uma alternativa democrática, popular e socialista. “Ou a esquerda conflita com o neoliberalismo e defende a pauta do povo, ou a gente fica com muita dificuldade e pode ser derrotada. (…) Nós temos que construir uma alternativa com pauta popular. (…) O Lula, além de dialogar, tem que enfrentar e polarizar”, comentou.
O livro busca trazer o lado mais autêntico do ativista político, abordando desde sua experiência com a fome em 1958, seus dramas na guerrilha, e os cinco anos de prisão e tortura. “É uma história de vida com grandes lances de aventura, com perseguições e prisão, termina num romance, mas também é um livro de filosofia política. Genoíno é uma usina de ideias”, explicou Kotter.
Kotter ainda afirmou que com o vasto material captado junto a Genoino, uma versão romanceada está sendo trabalhada por Nicodemos. “Eu me emociono com a trajetória de Genoino e acho que muitos brasileiros devem ter esse sentimento contra a luta que ele travou e trava até hoje contra o obscurantismo”, disse Nicodemos.
Além disso, Genoino também anunciou que trabalhou em um outro livro, junto com Andrea Caldas e a editora Kotter, intitulado “Constituinte: avanços herança e crise institucionais”. Este livro é uma memória do processo constituinte de 1988, detalhando as discussões para enfrentar a “anarquia institucional” do país. Nele, Genoino aborda sua experiência na Constituinte e também sua vivência no Araguaia. Ainda, analisa a atual quadra histórica para a política brasileira e propõe uma reforma no PT para enfrentar os novos desafios.
Assista a entrevista abaixo:
