Um funcionário da Meta afirmou que a empresa israelense Paragon Solutions tentou hackear usuários do WhatsApp. A empresa de spyware, um malware (tipo de software criado para prejudicar sistemas ou permitir acessá-los de forma ilegal) que visa roubar os dados de usuários, teria tentado invadir cerca de 90 usuários, tanto civis quanto personalidades da imprensa. Este ataque, tem como objetivo instalar malwares para furtar dados e monitorar comunicações privadas, algo típico da política da burguesia e que se poderia esperar de “Israel”.
Após identificar a tentativa de ataque, a Meta lançou uma carta à Paragon Solutions para a empresa sionista “encerrar e desistir” do ataque, afirmando que pretende proteger a capacidade das pessoas de se comunicar de maneira privada. A empresa israelense se recusou a responder qualquer questionamento sobre o caso.
Segundo o jornal libanês Al Mayadeen, empresas israelenses de spyware como o Grupo NSO e a Pegasus, já afirmaram no passado que seus serviços para os governos são fundamentais para combater o crime e preservar a segurança nacional, enquanto, na realidade, estavam praticando serviços de espionagem contra jornalistas, ativistas e opositores. Agora, o caso da Paragon demonstra algo similar, com a empresa invadindo a privacidade de diversos usuários não só sem sua autorização, mas também sem autorização da empresa cujo spyware foi implantado.
Esse não é um caso isolado. Em dezembro de 2024, uma juíza dos Estados Unidos já havia julgado em favor do WhatsApp em um processo contra o Grupo NSO, também israelense, que foi acusada de explorar as vulnerabilidades do aplicativo para instalar programas de espionagem de maneira não autorizada pela empresa.
O NSO afirma que o spyware Pegasus é vendido apenas para agências governamentais que são aprovadas por “Israel” e que é usado somente para perseguir “terroristas” e grandes criminosos. Além disso, a empresa diz que não tem acesso aos dados de seus clientes, que solicitam pessoas para serem espionadas.
Apesar disso, um vazamento massivo pela Anistia Internacional revelou que o spyware Pegasus foi utilizado para facilitar violações de direitos humanos em larga escala, visando ativistas, jornalistas e líderes políticos em todo o mundo.
A Anistia Internacional denuncia ataques a ativistas e jornalistas por meio do Pegasus há pelo menos 6 anos. De acordo com um relatório do Citizen Lab de 2018, havia indícios de que o programa foi usado em cerca 45 países, entre eles o Brasil.
É importante citar que os próprios Estados Unidos já foram denunciados como um dos utilizadores da ferramenta Pegasus — uma denúncia feita por ninguém menos que o próprio Mark Zuckerberg, dono da Meta e consequentemente, do WhatsApp.
Em uma entrevista no início do mês, Zuckerberg afirmou que a agência do serviço secreto dos EUA CIA, pode ler suas mensagens no aplicativo mesmo com a chamada criptografia de ponta-a-ponta, por meio de brechas no sistema que são aproveitadas pela Pegasus.
“O que a criptografia faz de bom é garantir que a empresa que opera o serviço não veja [as mensagens]. Se você usa o WhatsApp, em nenhum momento os servidores da Meta veem o conteúdo dessa mensagem […] O que eles fazem é acessar seu telefone. Então, não importa se algo está criptografado, eles podem simplesmente ver em texto claro”, explicou o diretor da empresa durante entrevista no podcast Joe Rogan Experience.
Fica claro que os governos imperialistas que querem utilizar essa e outras ferramentas para espionar sua população e até mesmo sua oposição, não necessitam de autorização das empresas ou mesmo de um aplicativo específico, apenas de algum gatilho para instalar o spyware no dispositivo do usuário. Uma matéria do g1 de 2021 afirma que o spyware estaria tão avançado que é capaz de fazer ataques “zero clique”, ou seja, sem a ação do usuário de clicar em algum link ou baixar algum aplicativo malicioso.
É possível ver que o caso da Paragon Solutions ou mesmo da Pegasus não é isolado. Esses casos também escancara o interesse imperialista em “Israel”, com governos como esse e dos EUA trabalhando juntos para perseguirem “terroristas”, o que concretamente, significa perseguições políticas contra opositores da política criminosa do sionismo e do imperialismo.