Na última segunda-feira (26), o chanceler alemão Friedrich Merz anunciou que a Ucrânia poderá usar armas alemãs para ataques de longo alcance em território russo, sem restrições. Em evento denominado Europaforum, Merz declarou: “não há mais limitações de alcance para armas fornecidas pelo Reino Unido, França, Alemanha ou EUA”. A decisão, criticada pelo Crêmlin como “perigosa”, contraria esforços de paz, segundo o porta-voz Dmitry Peskov: “essas decisões são contrárias à busca por uma resolução política”.
A possibilidade de fornecer mísseis Taurus, com alcance de 500 km, está em discussão com Londres e Paris, afirmou Merz. Por sua vez, a Rússia alertou que isso tornaria a Alemanha participante direta do conflito. O presidente russo Vladimir Putin aprovou uma nova doutrina nuclear, considerando ataques de nações não nucleares apoiadas por potências nucleares como “ataques conjuntos”. Dados do Instituto Kiel mostram que a Alemanha forneceu R$16 bilhões em armas à Ucrânia desde 2022.
Merz expressou ceticismo sobre a paz, afirmando: “Putin vê ofertas de diálogo como fraqueza”. Apesar disso, Rússia e Ucrânia iniciaram negociações diretas em maio de 2025, com troca de mil prisioneiros e propostas de cessar-fogo, segundo o ministro russo Sergey Lavrov. A escalada armamentista ameaça o processo de paz.