O presidente Lula já se encontra em Buenos Aires, Argentina, onde participa da reunião do Mercosul e recebe na quinta-feira (3) a presidência do bloco. O evento reúne os líderes dos países membros e associados para discutir temas prioritários do bloco e marca o encerramento da presidência pro tempore da Argentina e a transferência do cargo para o Brasil.

Uma das prioridades da gestão brasileira à frente do bloco, como já foi anunciado previamente pelo presidente Lula, será concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores existe a expectativa de assinar esse acordo com a União Europeia, que já está finalizado e traduzido para 27 línguas, porém tem que ser submetido às instâncias europeias.

Lula tem feito um grande esforço, especialmente junto ao presidente francês Emmanuel Macron, para que o acordo Mercosul-Uniao Europeia seja concretizado.

Nesta quarta-feira (2), o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) – integrada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, anunciaram, em Buenos Aires, a conclusão das negociações e um Acordo de Livre Comércio entre as duas regiões. O Acordo Mercosul-EFTA abrange um mercado de aproximadamente 300 milhões de consumidores e um PIB de cerca de US$ 4,39 trilhões. Com os acordos com a União Europeia e a EFTA, o Mercosul passará a ter acesso preferencial aos principais mercados do continente europeu.

Sob a presidência brasileira outra prioridade é o fortalecimento da Tarifa Externa Comum, a incorporação dos setores automotivo e açucareiro ao regime comercial do bloco e o avanço em medidas que consolidem a união aduaneira. Também será discutida a incorporação de novos códigos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec).

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Mais outras duas frentes que devem ganhar destaque durante a gestão brasileira são a cooperação em segurança pública e o fortalecimento dos mecanismos de financiamento de infraestrutura e desenvolvimento regional. O Brasil deve liderar o lançamento da segunda fase do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM 2), fundo destinado a projetos que promovem a convergência estrutural, competitividade e o fortalecimento da integração entre os países membros.

Além disso, outro tema de extrema importância para o Brasil que envolve a atuação efetiva do bloco no continente é a dimensão política, social e de participação social no Mercosul.

Comércio entre países

Segundo o Itamaraty, de janeiro a maio de 2025, o comércio do Brasil com países do bloco chegou à casa dos U$ 17,5 bilhões, o equivalente a quase R$ 100 bilhões. As exportações brasileiras foram superiores a U$ 10 bilhões, enquanto as importações ficaram em torno dos U$ 7,2 bilhões, com um superávit próximo dos U$ 3 bilhões para a economia do país.

Veículos automotores para transporte de mercadorias e de passageiros, trigo e centeio não moído e energia elétrica estão entre os principais produtos importados pelo Brasil. Já os mais exportados para países do bloco são automóveis, mercadorias diversas, produtos da indústria de transformação e minério de ferro, entre outros.

Mercosul

O Mercado Comum do Sul foi criado em 1991 e reúne Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia, além de países associados. Mais de três mil normativas em áreas que vão de comércio a saúde e energia estabelecem normas de funcionamento do bloco.

Fomentar a paz está entre as prioridades do Mercosul que garante benefícios como livre circulação de pessoas, reconhecimento previdenciário e alinhamento de normas sanitárias, sustentado por recursos naturais estratégicos, como o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do planeta.

Agora no comando do Mercosul, o Brasil renova mais uma vez seu compromisso com a integração latino-americana e com formas de desenvolvimento capazes de unir competitividade, justiça social e sustentabilidade. Reforça, com isso, a imagem do país como articulador de consensos em meio a um cenário internacional cada vez mais polarizado.

Da Redação

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Last Update: 02/07/2025