Após duas décadas de negociações, o acordo econômico entre o Mercosul e a União Europeia foi oficializado. O anúncio aconteceu na manhã desta sexta-feira (6) pela presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Uruguai. Em discurso, ela reforçou que o novo tratado é benéfico para a Europa.
O acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos deve movimentar um mercado de 700 milhões de consumidores. De acordo com a presidenta da Comissão Europeia, a iniciativa também representa uma união política contra o isolamento que “ventos fortes sopram”.
“Este acordo não é apenas uma oportunidade econômica, é uma necessidade política. Somos parceiros, com mentalidades comuns, com raízes comuns, temos uma história interligada, uma cultura interligada. Ambos acreditamos na abertura e na cooperação como verdadeiros motores para o progresso e para a prosperidade”, afirmou Von der Leyen.
A aliança também deve fortalecer a criação de novas estruturas comerciais, gerando novos empregos, investimentos em novas tecnologias e desenvolver indústrias estratégicas. “Os acordos econômicos são uma forma de construir comunidades de valores compartilhados”, disse Von der Leyen.
A presidenta da Comissão Europeia ainda refletiu que acordos econômicos, como o que foi estabelecido, são importantes para reforçar que para obter lucros econômicos não há necessidade de degradar o planeta. “O acordo entre o Mercosul e a União Europeia é o primeiro passo para o Acordo de Paris [tratado internacional de combate as alterações climáticas].”
O acordo estabelecido possui regras para garantir a preservação ambiental nos países sul-americanos visando principalmente, o cuidado da floresta Amazônica. Garantindo livre comércio de produtos florestais sustentáveis. Também é previsto que facilite o comércio de produtos como a energia, para que chegue em lugares ainda desprovidos de eletricidade.
No final do discurso, Von der Leyen mudou o tom celebrativo para um mais firme para combater possíveis ataques europeus contra o acordo econômico estabelecido.
Nos últimos meses, o acordo com o Mercosul tem sofrido críticas principalmente da França. Segundo o país, era necessário aumentar as garantias de preservação ao meio ambiente. Já o parlamento francês se posicionou contra porque os produtos agrícolas importados vão competir com os produtos nacionais franceses, o que pode afetar a renda dos agricultores.
Importante frisar, que atualmente, a França é o principal produtor agrícola da União Europeia, ela é responsável pelo abastecimento dos mercados em todo o bloco.