As expectativas do mercado financeiro sobre a economia brasileira indicam maior controle inflacionário somado a um início do corte da taxa básica de juros (Selic) em 2026.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (15), a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá encerrar 2025 em 4,36%. A previsão da semana anterior era de 4,4%, portanto esta foi a quinta semana seguida de corte na expectativa.
Também houve redução no cenário para 2026, que passou de 4,16% para 4,10%, sendo mantida para 2027 e 2028, em 3,8% e 3,5%.
Como a previsão da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,5%, com margens inferior e superior de variação de 1,5%, o IPCA estará dentro dos limites, o que referencia o início de um ciclo de cortes dos juros.
O dado oficial do IBGE coloca que a inflação de 12 meses está em 4,46% (dentro da meta) com o resultado do IPCA de novembro em 0,18%, o melhor para o mês em sete anos.
Esse cenário de controle da inflação já poderia ter sido utilizado como base para o Copom (Comitê de Política Monetária) ter começado a realizar cortes na Selic este ano.
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Com a decisão da última semana, os juros encerram 2025 em 15% ao ano. A grande expectativa do setor produtivo brasileiro é de que logo na primeira reunião de 2026, em 27 e 28 de janeiro, o BC já realize algum corte.
No entanto, esta previsão é cada vez mais imprevisível, pois em outras oportunidades os cortes não se concretizaram. É possível que na divulgação da ata da reunião da semana passada, que acontece na próxima terça-feira (16), alguma sinalização seja oferecida.
Na visão dos analistas financeiros reunidos pelo Focus, em 2026 a Selic deverá encerrar o ano em 12,13%, ante uma previsão de 12,15%, que persistiu até o último relatório.
Já para 2027 e 2028, o entendimento é de que os juros fiquem em 10,5% e 9,5% ao ano.
PIB e câmbio
As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 e 2026 permaneceram as mesmas. No boletim anterior, a previsão para o crescimento econômico chegou a 2,25%, permanecendo neste patamar agora. Para o próximo ano a avaliação é de que o PIB fique em 1,8%.
Nos anos seguintes, 2027 e 2028, o entendimento é de que a expansão da economia será de 1,83% e 2%.
Quanto ao câmbio, todas as previsões de cotação do dólar se mantiveram: R$ 5,40 em 2025 e de R$ 5,50 nos três anos seguintes.