O Boletim Focus desta segunda-feira (8) apresentou novas previsões sobre 2025. A pesquisa do Banco Central (BC) indica que o ano deverá ter um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,25%, sendo que até a semana anterior a estimativa era de 2,16%. A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também teve correção, ao passar de 4,43% para 4,40%, marcando quatro semanas seguidas de redução.
Com os dados do PIB do terceiro trimestre, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda (MF) sacramentou que o crescimento econômico deste ano será, no mínimo, de 2,2%. Esta já era a projeção fazendária e mesmo que o quarto trimestre não apresente avanço, a posição alcançada se manterá. O valor foi consolidado apesar do baixo crescimento entre os meses de julho a setembro, que ficou em 0,1%.
Com base nos dados apresentados pelo IBGE, os analistas reunidos pelo BC entendem, dessa forma, que o PIB deverá fechar o ano melhor do que previam, ficando em 2,25%.
Leia mais: Com Selic a 15%, economia desacelera e PIB tem alta de apenas 0,1%
A partir do resultado, o governo Lula terá três anos de crescimento econômico acima do esperado pelos ‘rentistas da Faria Lima’: em 2023 foi de 3,2% e em 2024 de 3,4%. Em 2025, a economia não alcançará a marca dos 3% do PIB, entre outros fatores, principalmente pela manutenção dos altos juros pelo BC, a despeito de a inflação demonstrar controle.
Para o próximo ano, também há melhora na projeção do relatório, ao se atribuir um crescimento de 1,80%, ante 1,78% de uma semana atrás. Para 2027, a estimativa subiu para 1,84% (antes estava em 1,83%) e para 2028 se manteve em 2%.
Quanto ao câmbio, as previsões se mantiveram para todos os anos: em R$ 5,40 (2025) e R$ 5,50 (2026, 2027 e 2028).
Inflação e juros
A inflação encerrará o ano dentro do padrão estabelecido pelo BC, conforme o Focus. A meta de inflação é de 3,5%, com margens inferior e superior de variação de 1,5%, o que indica que a previsão já estava dentro da meta desde 14 de novembro, quando o Focus indicou 4,46%.
Agora, na nova avaliação, o IPCA para o ano é visto em 4,40%, sendo que na semana anterior estava em 4,43%. Faz quatro semanas seguidas que a expectativa para a inflação é reduzida, reforçando ainda mais a necessidade de que um ciclo de corte de juros seja iniciado.
Para os próximos anos, a estimativa é de inflação de 4,16% (2026), 3,80% (2027) e 3,50% (2028).
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, utiliza a Selic como principal instrumento para controle inflacionário. Uma vez que o IPCA já demonstra estar sob controle e a economia tem desacelerado, não há motivos para que os juros permaneçam em 15% ao ano, avaliam economistas heterodoxos. No entanto, é isso que o mercado prevê.
Leia mais: Haddad projeta 3º mandato de Lula com a menor inflação da história
Os dados de outubro do IPCA alcançaram o patamar mais baixo em 30 anos para o mês, 0,09%, o que reforça que a inflação está em viés de baixa, rumo ao centro da meta.
O Índice de novembro será divulgado na próxima quarta-feira (10), pelo IBGE. Na mesma data, o Copom encerra seu segundo dia de reuniões (o último encontro do ano) e divulgará como os juros encerrarão o ano.
Como já citado, o mercado financeiro aposta que não haverá modificação nos juros, o que demonstra a falta de sintonia do BC com os resultados que a sociedade e o setor produtivo brasileiro anseiam.
Para 2026, a expectativa pelo Focus é de que a Selic encerre em 12,25% ao ano; para 2027, em 10,5%; e em 9,5% em 2028.