O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, foi marcado por uma série de reivindicações no Brasil e no mundo, em que as mulheres demandam mais qualidade de vida, igualdade, dignidade e respeito, além do fim de diversas lutas por direitos que são combatidas todos os dias do ano. 

Em São Paulo, um grupo de mulheres se reuniu no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na tarde do último sábado (14), para protestar contra as diversas formas de violência contra as mulheres, como estupro, feminicídio e exploração no trabalho doméstico, e o fim da escala 6×1.

“A gente destaca a luta contra o fascismo, por direitos para as mulheres, que sofrem com a sobrecarga de trabalho e também com o avanço do conservadorismo, seja na tentativa de retirada de direitos, nos retrocessos, como na pauta da legalização do aborto”, disse Maria Fernanda Marcelino, porta voz da Marcha Mundial das Mulheres, à Agência Brasil.

Para a líder das manifestantes, a redução da jornada de trabalho é um tema de grande impacto na vida das mulheres, que sofrem com dupla jornada de trabalho: além de trabalhar para garantir o sustento da família, elas ainda são as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e pelo cuidado da família. 

Já em Brasília, a manifestação foi na área central da capital federal, em que as participantes cobraram ainda mais políticas públicas em prol das mulheres. 

“A gente diz que, acima de tudo, é uma marcha pela vida de todas as mulheres, contra o machismo, o racismo e o fascismo, sem anistia. Esse é o mote deste ano”, resume  Rita Andrade, do Levante Feminista Contra o Feminicídio.

Outro ponto lembrado no Planalto Central, foi a importância de direitos e políticas para mães de pessoas com deficiência. 

“Muitas de nós precisam sair do mercado de trabalho para poder cuidar do filho de forma integral. A gente também luta pela economia de cuidados, por esse olhar para as mães atípicas. Muitas de nós não têm um meio de ser remunerado, porque o cuidado não é visto como um trabalho. Então, nós estamos aqui para dizer que as mães atípicas existem, elas resistem”, disse Andrea Medrado, da Frente Parlamentar pela Educação Inclusiva.

As manifestantes lembraram ainda da questão do feminicídio, em que mulheres são mortas apenas pelo fato de serem mulheres. Apenas em 2024, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro bateram recorde deste tipo de crime, com 226 e 107 casos respectivamente. 

“O feminicídio, infelizmente, a gente precisa trabalhar da raiz. Então, a gente precisa sempre pensar na educação, educando sobre os direitos das mulheres, sobre a igualdade entre homens e mulheres. Então precisamos ir nas escolas, universidades, fazer campanhas de conscientização, porque educação é fundamental para acabar com essa discriminação e essa violência tão alta contra as mulheres”, apontou a coordenadora do Núcleo de Gênero do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Adalgiza Aguiar.

Manifestações pelo mundo

Madri, capital da Espanha, foi uma das cidades em que as ruas foram tomadas por mulheres em busca de mais direitos, inclusive no âmbito internacional. 

“As mulheres estão hoje nas ruas para protestar contra uma situação global muito grave. O avanço da extrema-direita visa eliminar os direitos que já conquistamos”, afirmou Katy Solorzano, organizadora da Comissão 8M.

Participou do ato também a vice-presidente do governo, Yolanda Díaz, que observou que nenhum passo para trás seja dado contra “aqueles que adotaram o ódio às mulheres como bandeira e querem transformar o feminismo em uma luta de sexos”.

*Com informações da Agência Brasil.

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Last Update: 09/03/2025