Mulheres da família Friesen lavam roupas na colônia de Wanderland, no Peru. Foto: Marco Garro/NYT

e , os menonitas, grupo religioso de raízes europeias, iniciaram suas comunidades no Brasil há quase 100 anos. Fundamentalistas, eles alegam ter fugido da União Soviética, que chamam até hoje de “regime comunista russo”, e criaram os primeiros vilarejos entre 1928 e 1934.

Inicialmente, instalaram-se no Vale do Rio Krauel, em Ibirama, Santa Catarina, região caracterizada por sua geografia montanhosa. Embora tenham conseguido progredir, a adaptação ao ambiente foi difícil, o que levou alguns a buscarem novas oportunidades. Assim, parte da comunidade migrou para Bagé, no Rio Grande do Sul, e Curitiba, no Paraná.

Ainda nos anos de 1930, os menonitas compraram a Fazenda Cancela, próxima a Curitiba, onde fundaram comunidades em bairros como Vila Guaíra, Boqueirão e na Colônia Witmarsum, em Palmeira, Paraná. Nessas localidades, construíram igrejas, escolas e fundaram cooperativas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região.

Em 1936, foi fundada uma escola que mais tarde se tornaria o Colégio Erasto Gaertner, e em 1946, com grande esforço, a comunidade ergueu a Capela, o primeiro templo religioso menonita.

Adolescentes. Foto: reprodução

O termo deriva de Menno Simons, um padre holandês que nasceu no fim do Século XV e foi precursor dos batistas e dos próprios menonitas. Simons tornou-se líder de um grupo anabatista pacifista, que se afastou dos extremistas da época. A partir de 1536, ele liderou e unificou várias pequenas igrejas da região para a consolidação dos anabatistas, que passaram a ser conhecidos como menonitas.

O movimento anabatista, do qual os menonitas fazem parte, teve início na década de 1520, em Zurique, Suíça, sob a influência do reformador protestante Ulrich Zwinglio. Mas alguns seguidores de Zwinglio se distanciaram quando ele se envolveu no Conselho Político da cidade, defendendo que a Igreja deveria seguir exclusivamente os ensinamentos de Cristo. Em 1525, esse grupo tomou a decisão radical de se rebatizar como adultos, uma prática ilegal na época, o que os levou a serem perseguidos e até martirizados.

Devido às constantes perseguições, os menonitas buscaram refúgio em diferentes partes do mundo. No século XVIII, muitos migraram da Holanda e do norte da Alemanha para a Prússia, e de lá, a partir de 1790, para a Ucrânia, incentivados pela Czarina Catarina, a Grande da Rússia, que os convidou a colonizar a região.

No início do século XX, a comunidade menonita na Ucrânia já contava com mais de 100 mil pessoas, mas a Revolução Socialista de 1917 os motivou a sair de lá. Em 1929, o governo confiscou grandes propriedades privadas, igrejas e escolas, forçando-os a buscarem refúgio em outros países. Apenas 5 mil menonitas conseguiram vistos para emigrar, e em fevereiro de 1930, 1.250 deles chegaram ao Brasil.

 

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Última Atualização: 26/08/2024