O Brasil é um país onde a violência é um problema grave e recorrente, especialmente para as crianças e adolescentes do sexo feminino. De acordo com o Atlas da Violência 2024, mais de 221 mil mulheres e meninas sofreram alguma forma de violência em 2022, e quase metade delas foi de natureza sexual, contra garotas de 10 a 14 anos.
As estatísticas são alarmantes: 36,7% das vítimas de violência doméstica são meninas de 0 a 9 anos, 24,5% são crianças e adolescentes com idade até 14 anos, e 49,9% são mulheres em idade reprodutiva, entre 15 e 39 anos.
O Atlas destaca que a violência é um problema que atinge todas as faixas etárias e que a análise das formas de violência por faixa etária revela as distintas violações que atingem meninas e mulheres ao longo da vida.
De acordo com o relatório, a violência sexual é um problema grave, especialmente entre as meninas de 0 a 14 anos, onde 30% das vítimas são meninas de 0 a 9 anos e quase 50% são meninas de 10 a 14 anos.
A violência sexual é um problema que está ligado à cultura machista e à impunidade. “Isso está muito ligado ao machismo estrutural e ao sistema patriarcal que coloca os homens num lugar de poder desigual em relação às mulheres e, consequentemente, às crianças”, analisa Juliana Martins, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Para lidar com essa questão, é preciso superar o tabu em torno do tema e criar uma “rede de apoio e proteção muito potente e capacitada para acolher, para ouvir, para identificar as violências e para proteger essas vítimas”.
Cultura machista e da impunidade