Embora pareça inofensivo, o “desafio do desodorante” disseminado na internet pode causar tragédias. Uma menina de 11 anos morreu no último domingo 9, no Agreste de Pernambuco, após inalar o aerossol para cumprir a “missão”. Brenda Sophia Melo de Santana chegou a ser socorrida, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória no trajeto até o hospital e não resistiu.
O caso é tratado como “morte acidental” pela Polícia Civil de Bom Jardim, cidade de 37 mil habitantes onde a vítima morava. Os investigadores aguardam o laudo do Instituto Médico Legal para confirmar a causa do óbito. Familiares relataram à imprensa pernambucana que já haviam advertido a garota sobre os riscos do “desafio”, mas ela manteve o hábito.
Em nota, a prefeitura lamentou o caso e alertou para os perigos dessa prática nas redes sociais. A gestão municipal também ressaltou a importância do diálogo familiar sobre o uso seguro da internet e os riscos de substâncias químicas.
Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde classifica os chamados “jogos perigosos” como um distúrbio comportamental na Classificação Internacional de Doenças. Na avaliação da entidade, esses desafios são caracterizados por “um padrão de jogatina online ou offline que aumenta sensivelmente o risco de consequências prejudiciais à saúde mental ou física”.
O mesmo desafio que matou Brenda já fez outras vítimas fatais nos últimos anos. Em 2018, Adrielly Gonçalves, de 7 anos, morreu em São Bernardo do Campo (SP) após inalar uma grande quantidade de desodorante aerossol. Ela tentava imitar um vídeo viralizado na internet quando desmaiou. Foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento, mas os médicos não conseguiram reanimá-la.
Dois anos depois, um menino de 12 anos faleceu em Aracaju (SE) ao inalar um vidro inteiro de desodorante. Em 2022, um caso semelhante ocorreu em Belo Horizonte (MG), vitimando um garoto de 10 anos que inalou metade de um frasco de desodorante no guarda-roupa.
A inalação de desodorante aerossol pode causar efeitos graves no organismo, especialmente devido à presença de substâncias tóxicas, como os hidrocarbonetos e os gases propelentes, que podem levar a asfixia química e arritmias cardíacas fatais.
