Neste domingo (30), a Avenida Paulista foi palco do Ato Nacional em Defesa da Palestina, reunindo milhares de manifestantes em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). A manifestação contou com discursos inflamados e declarações contundentes de líderes e ativistas em defesa da causa palestina.
Renato Tenório, vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), iniciou sua fala destacando os 268 dias de massacre ininterrupto contra o povo palestino por parte do Estado de Israel. Ele ressaltou que essa violência não começou recentemente, mas é uma continuidade de 76 anos de ocupação genocida, limpeza étnica e roubos de terras e sonhos dos palestinos.
“O massacre dos sionistas contra o povo palestino não começou no dia 7 de outubro. O povo palestino está, há 76 anos, submetido a uma ocupação genocida, que pratica limpeza étnica, que rouba as terras, as casas, os sonhos e o futuro do povo palestino.”
Renato Tenório afirmou que a resistência heroica do povo palestino é crucial para interromper esse massacre e que a entidade de Israel, surgida contra o direito internacional, terá seu fim pela força da resistência palestina.
O jornalista Bruno Alves enfatizou a importância da solidariedade internacional para pressionar os governos ocidentais a boicotar, sancionar e desinvestir no regime sionista, incluindo o Brasil. Ele elogiou as declarações do presidente Lula, mas afirmou que são necessárias ações práticas, como o rompimento de relações diplomáticas e comerciais com Israel.
“A ruptura de relações diplomáticas e comerciais por parte do estado brasileiro certamente terá um grande impacto no mundo, especialmente na América Latina.”
Bruno Alves defendeu que Israel seja transformado em um pária internacional para que a resistência palestina possa ampliar sua capacidade de combate e diminuir o alcance militar de Israel.
Em entrevista à Causa Operária TV durante o ato, Bruno Alves destacou a expansão da solidariedade ao povo palestino no Brasil, apesar das dificuldades. Ele vê com otimismo a evolução do movimento, observando uma crescente consciência em torno da questão palestina.
“Mesmo que lentamente, a gente consegue expandir a solidariedade ao povo palestino aqui no Brasil. Enfrenta dificuldades, mas começa a ver, cada vez mais, uma consciência solidária e combativa em torno da questão da palestina. Vejo com otimismo a evolução desse movimento.”
Durante o ato na Avenida Paulista, Bruno Alves também destacou o impasse na situação na Palestina, com enorme pressão sobre o regime sionista pelo cessar-fogo e a expansão do conflito militar rumo ao Líbano. Ele lembrou que o Estado de Israel não consegue controlar a Faixa de Gaza e que a resistência palestina está conseguindo enfrentá-lo, aumentando a solidariedade internacional.
“Nós temos que fazer crescer a solidariedade internacional para que medidas práticas dos governos ocidentais sejam tomadas, de estrangulamento financeiro e diplomática de Israel. A solidariedade internacional é importante para ajudar a resistência palestina a ampliar sua capacidade de combate e reduzir, ainda mais, o alcance militar de Israel.”
Ele ainda afirmou que a manifestação deve servir de exemplo para outras e que todas as forças da solidariedade palestina devem organizar um calendário mais intenso e amplo de mobilização em favor do povo palestino e contra o Estado de Israel.
Ronaldo Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), destacou a necessidade de uma campanha efetiva que mobilize a classe trabalhadora brasileira em defesa do povo palestino. Ele criticou a inação das campanhas no Brasil e pediu uma maior mobilização e apoio aos palestinos.
“Precisamos de uma campanha que, efetivamente, empolgue a classe trabalhadora brasileira, os setores democráticos da população, a juventude.”
Ronaldo Costa Pimenta também criticou a deportação do palestino Muslim Abuumar e denunciou a influência de agentes do Mossad e do FBI na política interna brasileira, pedindo ao governo brasileiro que retifique esse erro.
Reda Sued, presidente da Frente Progressista Árabe, expressou gratidão pela solidariedade da América Latina e do PCO em particular. Ele enfatizou que a resistência árabe-palestina está promovendo a luta armada em vários países do Oriente Médio e que a luta está próxima de alcançar o êxito na Palestina.
“Nove meses de massacres contra os civis, promovidos pela máquina militar ocidental, mas se acovardando [os israelenses] diante dos combatentes da resistência palestina.”
Em entrevista à Causa Operária TV, o professor Antônio Carlos Silva, dirigente do Partido da Causa Operária (PCO), destacou a importância do Ato Nacional em Defesa da Palestina.
“Estamos esperando reunir milhares de ativistas. Estão chegando caravanas de lugares mais distantes: vieram companheiros do Nordeste, do Norte, do Amapá. Já estão conosco os companheiros indígenas do Mato Grosso do Sul, os guaranis, e companheiros do interior de São Paulo.”
Antônio Carlos Silva destacou a amplitude da manifestação e afirmou que espera um ato muito combativo, reunindo companheiros de diversos movimentos, dos Comitês de Luta, dos movimentos palestinos de São Paulo e de vários lugares do país. Ele ressaltou a importância do dia para impulsionar a campanha de mobilização em defesa da Palestina, contra o genocídio e a favor da vitória do povo palestino.
O Ato Nacional em Defesa da Palestina na Avenida Paulista foi uma demonstração de solidariedade internacional e de apoio à resistência contra a ocupação e a violência sofrida pelo povo palestino. O ato foi convocado pelo Partido da Causa Operária, os Comitês de Luta, a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), entre outras entidades e personalidades. Caravanas de todo o país chegaram a São Paulo para participar do ato na Avenida Paulista, uma das mais importantes da capital paulista, para defender o fim do genocídio promovido por Israel e a luta dos palestinos contra a opressão sionista.