Promotores de Justiça de Berlim apresentaram uma denúncia nesta quarta-feira 16 contra um médico alemão de 40 anos pelo assassinato de 15 pessoas. Segundo o Ministério Público, o homem administrou doses letais de medicamentos a pelo menos 15 pacientes que estavam sob cuidados paliativos.
A acusação lista casos ocorridos entre 22 de setembro de 2021 e 24 de julho de 2024. O médico teria administrado uma “mistura letal de anestésicos e relaxantes musculares”, sem consentimento dos pacientes e com a intenção de matar 12 mulheres e três homens, diz o relatório da promotoria. A vítima mais jovem tinha 25 anos, e a mais velha, 94.
“O relaxante paralisou os músculos, causando parada respiratória e morte em minutos”, afirma a denúncia.
Inicialmente, quatro mortes haviam sido identificadas como suspeitas – levando à exumação e à investigação de outros corpos. Outras cinco exumações já estão planejadas.
Os investigadores apuram se a morte de outros 75 pacientes que estavam sob seus cuidados em uma clínica de enfermagem também teria sido causada pela administração da mistura de medicamentos.
De acordo com a Promotoria, os pacientes afetados não estavam em uma fase terminal crítica no momento da morte. O Ministério Público pede uma condenação por assassinato, bem como a cassação vitalícia do seu registro médico.
O caso agora será levado ao tribunal regional de Berlim. Uma unidade especial de investigação da divisão de homicídios do Escritório Estadual de Investigações Criminais de Berlim continua a investigar outros casos.
Incêndios desencadearam investigações
O médico inicialmente chamou a atenção dos investigadores devido a quatro casos ocorridos entre 11 de junho e 24 de julho do ano passado.
Durante esse período, ele é acusado de ter matado quatro pacientes com idades entre 72 e 94 anos em suas casas em Berlim, e depois incendiar os apartamentos para encobrir as mortes.
Inicialmente, a polícia investigou o caso sob suspeita de incêndio criminoso que resultou em morte. Durante a investigação, as suspeitas sobre o assassinato premeditado aumentaram. “O acusado parece não ter tido nenhum motivo para matar as pessoas além do ato de matar em si”, disseram os promotores.
“Ficamos chocados com a extensão da investigação e continuamos chocados com as últimas descobertas”, disse a gerente da clínica onde o médico trabalhava. “Estamos envolvidos na investigação e continuamos a cooperar com o Ministério Público da melhor forma possível”, acrescentou.
Em maio de 2023, um médico foi preso em caso similar suspeito de matar pacientes com sedativo em Berlim.