O Brasil acaba de dar um passo estratégico rumo à soberania científica e à independência tecnológica na produção de vacinas. Sob a liderança da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o governo federal lançou a chamada pública para credenciar o primeiro Centro de Competência em tecnologias de RNA do país. Com investimento inicial de R$ 60 milhões, a iniciativa prioriza o desenvolvimento de vacinas com RNA mensageiro (mRNA) – a mesma tecnologia revolucionária usada contra a Covid-19.

Durante o evento Saúde Estratégica Brasil – Américas, organizado pela OPAS na sede da FIESP, Luciana destacou que o objetivo é fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis) e “transformar ciência e inovação em desenvolvimento nacional”. A ministra afirmou: “Não há saúde forte sem ciência, tecnologia e inovação. Apostamos na inteligência e na capacidade de produção do nosso país para enfrentar os grandes desafios nacionais.”

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Centro de RNA será referência continental

O novo Centro de Competência será referência em pesquisa, formação e inovação, conectando startups, universidades, ICTs e empresas brasileiras e estrangeiras. Entre suas metas, estão:

  • Desenvolvimento de vacinas prioritárias para as Américas;
  • Formação de recursos humanos altamente qualificados;
  • Apoio técnico a outros centros de P&D na região.

A coordenação ficará sob responsabilidade da Embrapii, organização vinculada ao MCTI.

R$ 450 milhões para fortalecer a inovação em saúde

Além do Centro de RNA, o MCTI lançou uma série de ações estruturantes, totalizando R$ 450 milhões em investimentos diretos, com destaque para:

  • R$ 300 milhões via Finep para subvenção econômica de empresas que desenvolvem IFAs inovadores, terapias avançadas e dispositivos médicos;
  • R$ 30 milhões para criação de 6 novas Unidades Embrapii voltadas a biofármacos, saúde digital e equipamentos estratégicos para o SUS;
  • R$ 60 milhões para projetos de alto impacto em doenças negligenciadas e insumos como anticorpos monoclonais.

Segundo Luciana, essas ações ampliam o acesso a tecnologias e fortalecem a autonomia brasileira:“Nosso esforço conjunto com o Ministério da Saúde é mobilizar empresas, instituições e pesquisadores para projetos mais ambiciosos e transformadores.”

Valorização de talentos e retorno de cientistas brasileiros

O MCTI também reforçou o Programa Conhecimento Brasil, do CNPq, com R$ 604 milhões para atrair pesquisadores brasileiros no exterior. A ministra anunciou ainda que será lançada uma chamada conjunta específica para saúde, com bolsas e oportunidades para brasileiros e estrangeiros radicados no país.

Luciana também propôs um workshop para alinhar as ações às necessidades do SUS: “Queremos construir soluções reais, dialogando com as ICTs e empresas para garantir a autonomia do Brasil em medicamentos e vacinas.”

Cooperação internacional e debêntures incentivadas

Em parceria com a OPAS/OMS, o Brasil será capacitado para fornecer vacinas e insumos para toda a América Latina. Já com o Ministério da Fazenda, foi aberta consulta pública para regulamentar debêntures incentivadas na saúde, atraindo investimentos privados para obras e infraestrutura no SUS.

Luciana Santos: ciência como política de Estado

O protagonismo da ministra Luciana Santos tem reposicionado a ciência e a inovação como instrumentos estratégicos de soberania e desenvolvimento nacional. O apoio ao Complexo da Saúde, a retomada de fundos como o FNDCT e a mobilização de pesquisadores em todo o país demonstram uma visão de futuro ancorada na produção de conhecimento, na tecnologia e na independência.

“Nosso compromisso é com uma ciência que transforma a vida das pessoas. A inovação brasileira está pronta para liderar um novo ciclo de desenvolvimento — justo, soberano e sustentável”, finalizou a ministra.

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Last Update: 26/07/2025