O capitão da seleção francesa de futebol, Kylian Mbappé, fez um apelo para que os eleitores votem após os resultados do primeiro turno das eleições legislativas francesas, nas quais o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional terminou na liderança.
“Mais do que nunca, temos que ir votar. É realmente urgente. Não podemos deixar o país nas mãos destas pessoas. Vimos os resultados. É catastrófico”, disse o atacante, que está na Alemanha, onde a França vai enfrentar Portugal pelas quartas de final da Eurocopa-2024.
“Esperamos que todos se mobilizem e votem no lado bom”, acrescentou o craque.
Embora Mbappé não tenha citado o Reagrupamento Nacional durante a sua resposta, recorreu ao humor quando procurava com os olhos um jornalista que queria fazer outra pergunta. Quando o repórter lhe disse onde estava (“na extrema esquerda”), Mbappé sorriu e brincou: “Felizmente, você não está do outro lado”.
Pouco antes do primeiro turno, o novo jogador do Real Madrid fez um apelo para frear “os extremos”.
Desde a sua chegada à Alemanha, os jogadores da seleção francesa têm sido frequentemente questionados sobre as eleições legislativas e uma eventual vitória do partido de extrema direita no final do segundo turno, que acontece no domingo.
Marcus Thuram e Jules Koundé pediram claramente para que o Reagrupamento Nacional seja enfrentado, enquanto o meia Aurélien Tchouaméni se posicionou “contra os extremos”, como Mbappé havia feito inicialmente.
Os outros ‘Bleus’ questionados sobre o assunto se contentaram em fazer apelos a favor do comparecimento às urnas, enquanto Adrien Rabiot se distanciou ao considerar que não é certo que o grupo seja “parasitado” pela questão das eleições legislativas e que seria “bom” deixá-lo “um pouco de lado” neste aspecto, antes de pedir também aos seus compatriotas para que votem, já que “o futuro do país está em jogo”.
O presidente da Federação Francesa de Futebol, Philippe Diallo, disse que não houve “divergências” com os jogadores da seleção nacional e que a sua organização garante “liberdade de expressão”, embora tenha lembrado o “dever de neutralidade” da entidade.