O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, afirmou, em acareação realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu uma sacola de vinho recheada de dinheiro vivo do ex-ministro Walter Braga Netto. De acordo com Cid, o montante era para financiar a tentativa de golpe de Estado que acometeu o Brasil no final de 2022 e culminou nos atentados de 8 de janeiro de 2023.

Cid já tinha feito as declarações anteriormente, mas reafirmou ao ficar frente a frente com Braga Netto. Ambos são investigados no inquérito que apura tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros crimes. A Polícia Federal aponta que uma organização criminosa se instalou na cúpula do governo e nas Forças Armadas durante a gestão de Jair Bolsonaro para tentar derrubar o regime democrático.

Cid, Braga Netto e Jair Bolsonaro são réus no processo. Eles foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a denúncia foi aceita pelo Supremo, que entendeu que existe materialidade suficiente dos crimes cometidos. O dinheiro entregue por Braga Netto, de acordo com Mauro Cid, era de recursos do PL.

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“Que indagados pelo Min Relator ambos os réus reafirmaram que conversaram sobre a possibilidade de pedir recursos ao PL, por iniciativa do réu colaborador Mauro CID, que procurou o réu Braga Netto. O réu Braga Netto direcionou o réu colaborador para conversar com o então tesoureiro do PL, o Cel Azevedo, que informou da impossibilidade do PL fornecer qualquer quantia. Após esse fato, a contradição entre os réus permanece, uma vez que, o réu colaborador reafirma que o réu Braga Netto lhe disse que tentaria obter essa quantia de outro modo em que, posteriormente, teria entregue determinada quantia em dinheiro dentro de uma sacola de vinhos no Palácio do Alvorada”, destaca um trecho da ata que registrou o que foi dito durante a acareação.

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Freire Gomes também participaram de uma acareação. Freire Gomes afirmou que o teor de uma minuta golpista encontrada na casa de Torres era parecido com o discutido em reuniões entre Bolsonaro e militares das Forças Armadas, onde foram apresentadas opções para que Bolsonaro desse um golpe.

Da Redação, com informações da Carta Capital

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Last Update: 25/06/2025