O policial federal Wladimir Soares disse estar disposto a “matar meio mundo” em áudio que não será usado por Moraes. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (20) que os áudios do policial federal Wladimir Soares não serão analisados no atual julgamento sobre a aceitação da denúncia contra 11 militares e um agente da PF acusados de tentativa de golpe de Estado. Em 2022, Soares afirmou existir um grupo disposto a “matar meio mundo” para manter o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. “O áudio não junta novos fatos, o áudio corrobora fatos já analisados. A Procuradoria-Geral da República não aditou a denúncia em relação a esse áudio, então esse áudio será analisado se eventualmente a denúncia for recebida”, afirmou Moraes ao rejeitar pedido da defesa para adiar o julgamento e incluir o material como prova. A decisão ocorreu durante a análise da denúncia contra o chamado “núcleo 3” da trama golpista, grupo que segundo a PGR era responsável por planejar e executar as “ações táticas” do plano, incluindo uma suposta tentativa de assassinato do próprio ministro Moraes. Entre os acusados está o general Estevam Cals Theóphilo, que teria sinalizado apoio a Bolsonaro.

A defesa de Soares argumentou necessidade de mais tempo para analisar os áudios e indicar novas testemunhas, mas teve o pedido negado. A PGR também se posicionou contra a análise do material no julgamento de hoje. A subprocuradora-geral da República, Claudia Marques, afirmou que eventuais excessos do policial deveriam ser apurados pela corregedoria da PF: “Se a autoridade policial se excedeu eventualmente, tem que se instalar um procedimento disciplinar para apurar”. Os áudios em questão foram obtidos pela PF em maio, após conclusão da perícia no celular de Soares – que integrava a equipe de segurança de Lula após a eleição de 2022. Como foram anexados ao inquérito após a apresentação da denúncia, Moraes considerou que sua análise seria “extemporânea” na fase atual do processo. Esta é a quarta denúncia da PGR a ser analisada pela Primeira Turma do STF no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe. Até o momento, o colegiado, composto por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, já aceitou por unanimidade as acusações contra 21 pessoas, incluindo Bolsonaro. A PGR dividiu as denúncias em cinco núcleos para agilizar o processamento. O “núcleo 3”, tornado réu nesta terça-feira, é formado por 11 militares da reserva e um agente da PF, acusados de planejar ações concretas para impedir a posse de Lula. ” target=”_blank” rel=”noopener”>https://www.threads.net/@dcm_on_line

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Last Update: 20/05/2025