
As declarações do agente Wladimir Soares, investigado por sua participação na tentativa de golpe de Estado, em áudios obtidos pela Polícia Federal (PF), tem o potencial de enfraquecer uma das principais apostas políticas do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): a anistia, conforme informações do blog da Natuza Nery, do G1.
Esses áudios sintetizam as descobertas da investigação e colocam em xeque a possibilidade de aprovação de um perdão para os envolvidos nos atos golpistas de 2022 e nos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
A divulgação dessas gravações chega como uma “bomba” no Congresso Nacional, pois reforça os relatos e as provas reunidos até o momento. Isso torna cada vez mais difícil encontrar apoio político para a proposta de anistia, minando as chances de parlamentares simpatizantes da ideia.
As mensagens também desmente a narrativa de que os atos golpistas foram espontâneos ou motivados apenas pela indignação popular, enfraquecendo o discurso de que os envolvidos poderiam ser perdoados.
Os áudios
Os áudios foram encontrados durante as investigações, em aparelhos eletrônicos de Wladimir Soares, que está preso preventivamente.
Nas gravações, o policial revela que estava pronto para participar de uma ação para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes. Ele relata que aguardava apenas o “ok” de Bolsonaro para agir.
“A gente tava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar para foder nesse filho da puta, mas não é assim”, disse. “A gente tava pronto, só que aí o presidente… Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir. Só que o presidente deu para trás.”
Ele afirma ainda que sua equipe estava equipada com “poder de fogo elevado” e estava disposta a agir de forma brutal, se necessário: “A gente ia com muita vontade, ia empurrar meio mundo de gente, pô, matar meio mundo de gente. Não ia estar nem aí”.
Além disso, o agente critica generais do Exército, alegando que eles abandonaram Bolsonaro após negociações com o governo eleito. “O PT pagou para eles, comprou esses generais”, afirmou Wladimir, acusando os militares de recuar.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Wladimir Soares por sua participação na organização criminosa que tentou abolir o Estado Democrático de Direito. A PF destaca que o policial não apenas integrou o grupo golpista, mas também manteve comunicação com outros membros da corporação.
Ouça os áudios:
▶️VÍDEO: Áudios revelam policial baiano dizendo para prender ministros e “matar meio mundo” em 8/1
Confira📷⤵️ pic.twitter.com/xwZxe1ocmt
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) May 15, 2025
🎙️ Em áudio, policial cita equipe formada para prender ministros, 'matar meio mundo', e se queixa de Bolsonaro: 'Deu para trás' pic.twitter.com/KnYpkxmBiy
— Blog do Pávulo (@Blogdopavulo) May 15, 2025
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line