O Estado sionista cometeu mais um crime bárbaro nesta terça-feira (15), ao bombardear alvos civis no norte do Líbano, na região de Baalbek-Hermel. O ataque, classificado como um “massacre horrível” pelo principal partido libanês Hesbolá, matou doze pessoas, entre elas sete cidadãos sírios e cinco libaneses, e deixou ao menos doze feridos. A maioria das vítimas trabalhava na perfuração de um poço d’água na região de Wadi Faara, sem qualquer vínculo com atividades militares.

A agressão faz parte da campanha permanente de bombardeios do regime de “Israel” contra o território libanês, que inclui ataques contínuos ao sul do país, à região da Beca e aos subúrbios ao sul de Beirute. Apenas desde a assinatura do cessar-fogo em 27 de novembro de 2024, já são 203 mortos confirmados pelos bombardeios sionistas.

Segundo o Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde do Líbano, além do massacre em Wadi Faara, foram realizados ataques contra diversas localidades da região, como Bouday, Shmestar, Wadi Umm Ali e Brital. As vítimas são todas civis, o que desmonta a justificativa falaciosa usada pela imprensa imperialista e por porta-vozes sionistas de que os ataques seriam parte de ações “defensivas” contra o Hesbolá.

Ataque premeditado contra civis

O ataque contra os trabalhadores do poço em Wadi Faara foi executado contra uma região remota, distante de qualquer atividade militar, o que confirma seu caráter premeditado. Ao atingir diretamente uma equipe de trabalhadores, o Estado sionista pratica mais um crime de guerra diante dos olhos de uma “comunidade internacional” cúmplice, omissa ou abertamente alinhada aos interesses do imperialismo norte-americano.

Hesbolá denuncia massacre e silêncio do governo

Em nota publicada no mesmo dia, o Hesbolá condenou duramente o massacre, qualificando-o como uma “escalada perigosa” e um exemplo claro da “natureza criminosa” do Estado de “Israel”. O partido também criticou a passividade do governo libanês, cobrando uma posição firme e uma denúncia internacional, sobretudo contra os Estados Unidos, a quem acusou de “dar carta branca” para os crimes do sionismo.

“O inimigo sionista busca, por meio do sangue e do fogo, quebrar a vontade nacional. Mas o povo libanês resiliente não se curvará e seguirá ainda mais firme no caminho da resistência nacional”, afirmou o partido.

A nota também denuncia que o imperialismo norte-americano, que se apresenta como “fiador do cessar-fogo”, na verdade atua para burlá-lo por meio de exigências unilaterais que visam desarmar a resistência libanesa e abrir caminho para o completo domínio sionista sobre o país.

Pressão imperialista por desarmamento da Resistência

O massacre ocorre em meio à intensificação da ofensiva diplomática dos EUA contra o Líbano. Tom Barrack, enviado especial norte-americano para a Síria, declarou recentemente que o país está ameaçado de “colapso” e “dominação estrangeira” caso não aceite os termos dos EUA para o desarmamento da Resistência Islâmica Libanesa.

Barrack chegou a utilizar termos de profundo desprezo colonial ao dizer que, na visão dos sírios, “o Líbano é nosso resort de praia”, insinuando que, se o país não se curvar à chantagem imperialista, será reabsorvido como parte do “Bilad al-Sham” (nome histórico da Grande Síria). Para o Hesbolá, tais declarações confirmam que o papel dos EUA é o de supervisor dos interesses sionistas na região, e não o de mediador.

Em sua nota, o Hesbolá denuncia que os EUA tentam enganar o povo libanês ao se apresentar como protetor da estabilidade do país, quando na prática oferece total liberdade ao sionismo para agir com violência extrema contra a população civil.

Ocupação e impunidade

Além dos bombardeios, “Israel” mantém ocupadas ilegalmente cinco posições fronteiriças no sul do Líbano, desrespeitando o cessar-fogo e a soberania nacional. Nenhuma medida internacional foi tomada até o momento para impedir a agressão ou restaurar os direitos do povo libanês.

Enquanto isso, cresce a tensão regional com a possibilidade de uma nova escalada militar. O Hesbolá, embora comprometido com o cessar-fogo, tem reiterado que não aceitará passivamente a agressão e que a resistência é um direito legítimo diante da ocupação e da barbárie sionista.

Confira a nota do Hesbolá na íntegra:

“Em Nome de Alá, o Mais Clemente, o Mais Misericordioso

O Hesbolá condena veementemente o horrível massacre cometido hoje pelo inimigo sionista na área de Wadi Faara, no norte da Beca, que alvejou uma sonda de perfuração de poço e matou doze pessoas — incluindo sete irmãos sírios — e feriu vários outros.

Essa agressão perigosa representa uma escalada séria no ataque contínuo ao Líbano e ao seu povo. Confirma mais uma vez a natureza criminosa do inimigo, que despreza todas as leis e convenções internacionais e não hesita em cometer massacres contra civis inocentes. Isso exige que o Estado libanês, por meio de todas as suas instituições, rompa seu silêncio ineficaz e atue de forma séria, urgente e decisiva para responsabilizar todas as partes internacionais — especialmente os Estados garantidores — e, em primeiro lugar, os Estados Unidos. Os EUA continuam a fugir de suas responsabilidades como garantidor do cessar-fogo e agora o contornam com iniciativas que servem apenas aos interesses e à segurança do inimigo ‘israelense’. Ao mesmo tempo, tentam enganar o povo libanês fazendo crer que se importam com a estabilidade, segurança e unidade do Líbano — retratando-se como apoiadores do país — enquanto, na realidade, dão carta branca a esse inimigo sionista selvagem para espalhar destruição e morte pelo Líbano.

A contínua ausência de uma posição oficial firme e ativa, e a negligência permanente em se engajar de maneira eficaz no plano internacional, levarão apenas a mais agressões e escaladas. Esse inimigo sionista criminoso busca, por meio do derramamento de sangue e do fogo, pressionar a vontade nacional. No entanto, o povo libanês resiliente — que nunca se curvou à opressão — se tornará ainda mais firme, determinado e comprometido com suas opções de resistência nacional como caminho necessário para enfrentar o inimigo, conter sua agressão e preservar a dignidade e a soberania do Líbano.

Terça-feira, 15 de julho de 2025

Correspondente a: 19 de Muharram de 1447 A.H.”

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Last Update: 16/07/2025