China permanecerá como a ‘fábrica do mundo’
Levará tempo até que a China deixe de ser a ‘fábrica do mundo’, analisa Prêmio Nobel de Economia.
Por [nome do autor], no [nome do site]
O protecionismo voltou com força nos EUA e Europa, às vezes disfarçado de “segurança nacional”, outras embalado pela miragem do “excesso de capacidade”.
Mas o movimento não tirou – e nem vai tirar, por tempo considerável – o status da China como a “fábrica do mundo”, analisou o ganhador do Prêmio Nobel de Economia Michael Spence em entrevista publicada na segunda-feira (12) ao South China Morning Post.
“Não há substituto para a China no momento”, disse o economista ao compartilhar sua visão sobre o papel da China como a “fábrica do mundo” e prever o futuro da economia do país.
Para Spence, “levará um tempo considerável até que estejamos dispostos a dizer que a China não é a fábrica do mundo”.
Ele acredita que, em parte por causa do próprio crescimento e desenvolvimento da China e em parte devido ao crescimento de outras economias, com o tempo, “veremos capacidades de manufatura mais dispersas em muitas categorias”.
A China é líder em tecnologia de energia solar, veículos elétricos, baterias, telecomunicações e muito mais.
As exportações de elementos-chave da transição energética estão sendo bloqueadas pelos países ocidentais.
“É difícil inventar um argumento de segurança nacional para isso. Provavelmente é um erro, certamente do ponto de vista do cumprimento das metas de sustentabilidade”, acrescentou o Prêmio Nobel.
O Império contra-ataca?
O investimento em instalações fabris nos EUA atingiu US$ 19,7 bilhões em junho, 18,6% a mais que em junho de 2023, quase o dobro do nível do mesmo mês de 2022 e mais de 200% em relação a junho de 2019, antes da pandemia.
Os dados são do Census Bureau e englobam a construção dos edifícios e outras instalações semelhantes, não o custo do equipamento de fabricação e sua instalação.
Efeitos do protecionismo, da guerra comercial com a China ou da expansão da produção militar?
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