A cantora e compositora Maria Silva lança o registro fonográfico Ritmo de Samba Reggae – Ao Vivo, com clássicos que marcaram o gênero. Em entrevista a Jornal da Noite, ela destaca que o ritmo surgiu de uma “efervescência em vários guetos”.
Neguinho do Samba (1955-2009), segundo a artista, foi o “catalisador” e estabeleceu uma espécie de marco inicial do samba-reggae. Ele foi um dos fundadores do Olodum, bloco afro-baiano em que Maria Silva ouviu os primeiros tambores.
A cantora nasceu no Largo da Saúde, no entorno do centro histórico de Salvador, onde ocorrem os ensaios do Olodum.
Sobre o repertório de Ritmo de Samba Reggae – Ao Vivo, ela diz que a primeira seleção tinha 70 músicas. “Foi difícil definir. Foi uma rememoração das músicas que ouvia naquele período.”
No fim, permaneceram 25 músicas, incluindo Madagascar (Rey Zulu), Jeito Faceiro (Jaupery e Pierre Onassis), Crença e Fé (Beto Jamaica e Ademário) e Faraó (Luciano Gomes). Há, de acordo com ela, o resgate de um tempo “mais poético”, em que tudo parecia mais simples.
O registro foi gravado em março, na semana de comemoração do aniversário de Salvador, na Praça da Cruz Caída, centro da cidade.
“Desde o meu segundo disco (De Pés no Chão, de 2012), queria fazer algo mais direto com a música baiana. O álbum Axé (2021) já foi um toque nesse lugar baiano mais profundo, um disco autoral de músicas inéditas”, explica. Ela buscava, porém, algo “mais visceral”.
“É um projeto que me deu de fato uma nova energia na música. Estava sentindo uma certa monotonia”, admite. “Isso que a gente canta faz parte desse caldo da Bahia. A gente faz um samba duro, samba do recôncavo, uma roda para o público sambar junto. Eu vou para o meio da roda no show. É algo imersivo.”
O registro audiovisual, com a apresentação ao vivo de Maria Silva do projeto Ritmo de Samba Reggae, será lançado em janeiro.
Assista à entrevista: