Marchinha, samba e muita folia: veja como foi o carnaval do CCBP

Neste sábado (1º/3), o Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) realizou seu bloco de rua e seu baile a fantasia em São Paulo em conjunto com o Partido da Causa Operária (PCO), a Bateria Zumbi dos Palmares e a Banda Revolução Permanente.

O evento começou na sede do CCBP, na Rua Conselheiro Crispiniano, por volta das 15h30. A Bateria Zumbi dos Palmares juntou várias pessoas para tocar no que foi o primeiro bloco de rua oficial do CCBP e do PCO. O chamado Vermelhão saiu da sede por volta de 16h e deu uma volta no bairro, juntando foliões de diversos outros blocos para dançar e tocar marchinhas exclusivas, como a “Marcha do pix”. Veja um trecho abaixo:

Marcha do Pix

Dá o seu pix pra mim

Dá o seu pix pra mim, meu bem

Dá pra mim… seu pix, meu bem

Enquanto o leão não vem

O bloco foi muito bem recebido, com pessoas se juntando à bateria e à cantoria durante todo o trajeto, com muito samba, confete e espuma. O bloco terminou próximo ao Theatro Municipal, por volta das 18h30.

Logo após, foi iniciado o baile a fantasia do CCBP, na própria sede. Os foliões foram reunidos e cada um ganhou uma pulseira, conforme convite escolhido. As opções foram:

R$25 – direito a um chope, água ou refrigerante
R$50 – cerveja a noite inteira
R$75 – direto a open bar

A Loja do PCO também esteve presente! E além de seus produtos de costume, vendeu acessórios de carnaval, como óculos e chapéus, e também camisetas com as letras das novas marchinhas compostas pela Banda Revolução Permanente.

Logo em seguida, a banda Revolução Permanente começou a tocar. Foram duas horas e meia de show, separadas em dois blocos: o primeiro de marchinhas diversas e o segundo de samba. O show foi tão bem recebido que os camaradas da banda tiveram que repetir algumas músicas que foram solicitadas pelo público.

A festa foi noite adentro, a ponto de que nem mesmo essa matéria conseguiria cobrir tudo até o fechamento desta edição. Leia o relato de William, de Marilia, que estava presente na festa:

“Gostaria de dizer que hoje foi um dia incrível. Primeiro foi o bloco, a gente andou pelo centro de São Paulo. A recepção do público foi muito boa. O pessoal dançou, cantou junto, filmaram a gente. Gostaram bastante. E depois, o baile. O baile, muita gente veio de fora, de todas as partes do Brasil e do estado também. Vieram aqui para prestigiar. Dá para ver que todo mundo está gostando, todo mundo está se divertindo, é uma festa popular. Tomara que essa festa nunca se perca, essa festa raiz do nosso País.”

Além do baile de São Paulo, o CCBP também organizou, no mesmo dia, bailes em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Olinda, Pernambuco.

Leia, também, o relato de Julia Scalvenzi, presente no bloco e na festa:

“Esse é meu primeiro carnaval. Sempre tive uma visão negativa do negócio, mas hoje vi que não é bem assim. Estar com os camaradas, cantar o que quiser, tudo isso é muito gratificante. Sem contar que foi muito bem recebido, várias pessoas que estavam na rua se juntaram não só no bloco e na bateria, mas também no baile depois.”

O Carnaval é a maior festa popular do Brasil, um momento de celebração coletiva em que o povo toma as ruas para expressar sua alegria, sua criatividade e sua cultura. Mais do que um simples evento de lazer, o Carnaval é um espaço de socialização, um momento de encontro das massas que rompe, ainda que temporariamente, com o cotidiano imposto pela exploração capitalista. Justamente por isso, a burguesia e a direita buscam, ano após ano, criar mecanismos para restringir essa manifestação popular.

A cada edição da festa, surgem novas tentativas de controle: restrições de horário, aumento de taxas, burocratização da organização dos blocos e repressão policial contra os foliões. O aparato estatal, que deveria garantir o direito à livre manifestação cultural, se volta contra o povo, impondo barreiras para limitar o acesso e esvaziar o caráter espontâneo da festa. Mas, apesar de todos os obstáculos, o Carnaval segue vivo, demonstrando a força da classe trabalhadora quando se organiza para manter suas tradições e reivindicar as ruas para si.

Perdeu a festa, pois não é da região? Não se preocupe! Veja os locais que o baile ainda irá acontecer: