O escritor Marcelo Rubens Paiva celebrou o discurso feito na última quarta-feira 8 pelo presidente Lula (PT), em que o petista fez alusão ao filme Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, para condenar os ataques golpistas de 8 de Janeiro. Ele aproveitou para “cobrar” uma visita do presidente à família do pai dele, o ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura.
“Querido @LulaOficial, a família Paiva ficou honrada com o começo do seu discurso histórico de hj [hoje] “ainda estamos aqui” que celebrou a democracia. Somos parceiros de luta há muito e nós, companheiros familiares e intelectuais, temos saudades. Traz a Janja. Ainda estamos aqui”, disse Marcelo em postagem feita na rede social X, citando a conta oficial do presidente.
Na quarta-feira, o governo promoveu uma série de eventos para lembrar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. No discurso feito no Palácio do Planalto – e lembrado por Marcelo Rubens Paiva –, Lula disse: “hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos vivos e a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas. Estamos aqui porque é preciso lembrar, para que ninguém esqueça, para que nunca mais aconteça”.
Marcelo Rubens Paiva é autor do livro homônimo que inspirou o filme Ainda Estou Aqui. A história conta o desaparecimento do pai dele durante a ditadura militar, descrevendo as consequências do caso para a família. A viúva de Rubens Paiva, Eunice Paiva – mãe de Marcelo –, é interpretada pela atriz Fernanda Torres, que ganhou o Globo de Ouro pela atuação.
Desde novembro do ano passado, o filme vem lotando as salas de cinema do país. O ambiente criado em torno do filme e o sucesso da atuação de Torres estimularam o debate a respeito do caso Rubens Paiva e dos desaparecimentos nos tempos da ditadura. Mais recentemente, Marcelo tem celebrado o sucesso do filme em postagens nas redes sociais, exaltando o trabalho feito pela equipe envolvida na produção.
Em meio a isso, o governo decidiu instituir o prêmio Eunice Paiva, que vai homenagear lutas pela democracia no Brasil. O prêmio será dado anualmente pelo Observatório da Democracia da Advocacia-Geral da União (AGU) a pessoas que se destacaram em suas áreas de atuação pela “preservação, restauração ou consolidação do regime democrático no Brasil”.