Pablo Marçal e Renato Cariani. Foto: reprodução

A relação entre Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo, e o educador físico Renato Cariani, atualmente réu por tráfico de drogas, tem levantado novos questionamentos após membros do seu partido virarem alvo de investigação pelos vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O coach participou de um programa de emagrecimento promovido por Cariani, com quem tem aparecido regularmente nas redes sociais.

O projeto, que o transformou fisicamente em apenas 60 dias, tem sido amplamente divulgado pelo influenciador, que possui mais de 8,4 milhões de seguidores. Cariani não apenas elogia o comprometimento de Marçal, mas também utiliza suas plataformas para destacar o progresso do candidato. Mas a parceria entre os dois atraiu críticas, principalmente devido às acusações que pesam contra o educador físico.

De acordo com investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Cariani estaria envolvido em um esquema que desviou produtos químicos usados na produção de drogas, como crack, ao longo dos últimos seis anos.

Além disso, ele é acusado de associação criminosa e lavagem de dinheiro, tendo sido alvo de operações da Polícia Federal que incluíram busca e apreensão em sua residência.

As empresas de Cariani, entre elas a Anidrol, uma indústria química localizada em Diadema, no ABC Paulista, são suspeitas de terem desviado toneladas de substâncias químicas utilizadas na transformação de cocaína em crack. Mesmo com essas investigações em curso, Cariani mantém sua presença pública e lançou, por exemplo, o curso “Super Humano” ao lado de Marçal, que promete ensinar os inscritos a alcançar a “plenitude no corpo, na alma e no espírito”.

Além disso, figuras ligadas ao PRTB têm sido alvo de investigações por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas, incluindo o ex-presidente estadual do partido, Tarcísio Escobar de Almeida. Essas conexões, aliadas às investigações sobre Cariani, têm sido exploradas por adversários políticos, como Tabata Amaral, que recentemente associou Marçal ao PCC em uma peça publicitária.

Pablo e Escobar, que é acusado de ajudar PCC em tráfico de drogas. Foto: reprodução

No vídeo, além de mencionar diversos integrantes da facção criminosa, Tabata sugere que o empresário atua como uma figura de ligação entre todos eles. “Tem uma coisa que todos eles fazem”, afirma ela, referindo-se ao bordão adotado por Marçal: “Faz o M”.

“Eu não vou permitir que nossa cidade caia nas mãos dessa gente”, dispara a deputada, enquanto joga as fotos dos criminosos no chão. O vídeo foi publicado após a divulgação da nova pesquisa Datafolha, na qual Marçal apresentou um crescimento significativo.

Outro mencionado por Tabata é Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, que confessou em um áudio ter conexões com o PCC. Ela também cita Valquito Soares da Silva, irmão de Francisco Antonio Cesário Soares, conhecido como Piauí, um dos líderes da facção. Valquito já se encontrou com Marçal.

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Última Atualização: 23/08/2024