O PSTU apresenta a pré-candidatura de Vera Lúcia ao governo do Estado de São Paulo como uma alternativa da classe trabalhadora, socialista e revolucionária, diante da polarização entre o bolsonarismo e a frente ampla comandada pelo PT.
São Paulo é o estado mais rico do país, mas essa riqueza não está nas mãos de quem trabalha. Bancos, grandes empresários, multinacionais e fundos privados, muitas vezes estrangeiros, se apropriam do que é produzido, enquanto a maioria enfrenta baixos salários, jornadas exaustivas, serviços públicos sucateados, violência cotidiana e a juventude se vê sem futuro. São Paulo vive uma acelerada desindustrialização e o agronegócio cresce, com menores remunerações e direitos. O estado é cada vez mais desigual e privatizado – os sucessivos governos do Palácio dos Bandeirantes mantêm essa tendência, fazendo o povo pagar a conta da crise.
É para enfrentar as engrenagens desse sistema que o PSTU apresenta Vera Lúcia pré-candidata a governadora de São Paulo.
O governo Tarcísio: privatizações, repressão e ataque ao povo
O governo Tarcísio de Freitas, sob o discurso da “eficiência” e da “técnica”, aplica um projeto de extrema direita que transforma direitos em mercadoria e a repressão em política de Estado. Herdeiro direto de Bolsonaro, hoje preso por tentativa de golpe, e a serviço dos interesses dos ricos e do autoritarismo.
Seu governo impulsiona um amplo plano de privatizações, incluindo o Metrô, a CPTM, a Sabesp e até as escolas públicas, entregando serviços essenciais à lógica do lucro e às empresas multinacionais. O desastre da ENEL mostra o resultado: conta mais cara e serviço pior, excluindo a população mais pobre, especialmente negros e negras.
Na segurança pública, o saldo é sangrento. O governo Tarcísio, com Derrite, ampliou a violência policial, aprofundou o genocídio da juventude negra e trata a periferia como território inimigo, levando a militarização até para dentro das escolas. Enquanto isso, milícias, facções e o crime organizado seguem operando como grandes negócios capitalistas, desde a Faria Lima, intocados.
Ao mesmo tempo, em 2025, a cidade de São Paulo bateu recorde histórico de feminicídios, expondo o quanto a política de segurança pública de Tarcísio e Derrite é falida.
A esquerda capitalista não é alternativa
Diante desse cenário, a esquerda capitalista que governa o país em uma Frente Ampla liderada pelo PT, se apresenta como solução. Mas a experiência concreta do governo Lula já mostrou seus limites. O PT e seus aliados dizem querer derrotar a extrema direita, mas mantém as condições que a produz. Com o arcabouço fiscal, Lula corta investimentos, protege os lucros dos bancos e pede paciência ao povo.
O PSOL optou por se integrar de vez ao governo federal, com a entrada de Boulos como ministro, passando a cumprir um papel direto de sustentação da política de conciliação de classes.
Pela lógica de governabilidade e conciliação da frente ampla o resultado é sempre o mesmo: os problemas estruturais permanecem, a frustração cresce e a extrema direita encontra terreno fértil para se fortalecer. Ao mesmo tempo em que se abdica de construir uma alternativa à polarização.
Essa conciliação também aparece na política internacional: o governo Lula se cala diante das ameaças de Trump à América Latina, não enfrenta o cerco à Venezuela e mantém relações com o Estado de Israel mesmo diante do genocídio do povo palestino.
Vera Lúcia na Parada LGBTI 2025 de São Paulo | Foto: Maisa Mendes
Por que Vera Lúcia
É nesse ponto que a pré-candidatura de Vera pelo PSTU se torna necessária. Não como mais um nome no jogo eleitoral, mas como uma ferramenta alternativa de programa, de denúncia, de luta e organização.
Vera é mulher negra, operária e socialista. Migrante nordestina em São Paulo, conhece a cidade real. A sua trajetória política está ligada às lutas concretas da classe trabalhadora, especialmente no movimento sindical combativo, na defesa dos direitos das mulheres, da população negra e dos setores mais explorados. Foi candidata à Presidência da República pelo PSTU e candidata à Prefeitura de São Paulo, sempre colocando sua candidatura a serviço das lutas, da denúncia do sistema capitalista e da construção de uma alternativa socialista. Diferente dos políticos profissionais, Vera não vem das elites, não representa empresários, bancos ou latifundiários, mas sim os que vivem do trabalho e sofrem diariamente com a exploração e a opressão.
Sua candidatura expressa um projeto oposto ao de Tarcísio e à frente ampla: junto da classe trabalhadora, enfrentamento direto aos interesses dos ricos e defesa de uma saída socialista.
Propostas para romper com as engrenagens do sistema capitalista em São Paulo
— Fim da escala 6×1, redução da jornada sem redução de salário. Trabalhar menos para trabalhar todos!
— Maior remuneração, direitos e transparência nos algoritmos para trabalhadores de aplicativos;
— Reversão das privatizações e serviços públicos 100% estatais;
— Tarifa Zero! Transporte 100% público, gratuito e de qualidade;
— Guerra racista contra o povo não é segurança! Desmilitarização da segurança pública, sob controle dos trabalhadores;
— Despejo Zero! Titulação, regularização dos bairros, favelas e ocupações de moradia;
— Investimento em saúde, educação, transporte e moradia pública;
— Medidas efetivas contra o feminicídio, construindo casas-abrigo e aumentando as delegacias de mulheres;
— Combate sem trégua ao racismo, ao machismo, à xenofobia, ao capacitismo e à LGBTIfobia;
— Defesa do meio ambiente e dos povos indígenas e quilombolas;
— Orçamento para quem trabalha: chega de dinheiro para a dívida e isenções para as grandes empresas, mais investimento direto nos serviços públicos e nas periferias.
Essas medidas só podem ser aplicadas enfrentando o poder econômico e político dos grandes empresários e colocando a riqueza social sob controle dos trabalhadores e trabalhadoras.
Uma pré-candidatura para enfrentar o sistema, não para administrar a crise
Não é possível um governo que atenda à classe trabalhadora e ao povo pobre com conciliação ou se limitando a administrar a crise de um sistema baseado na exploração. Enquanto quem lucra com a nossa crise, os bilionários e o imperialismo, seguirem mandando, a miséria, a violência e a desigualdade continuarão sendo a regra para o povo trabalhador.
A pré-candidatura de Vera Lúcia é um instrumento de luta da classe trabalhadora e do povo pobre e oprimido para romper o ciclo que mantém São Paulo e o Brasil a serviço dos ricos. É um passo fundamental para a construção de uma alternativa independente, que enfrente bilionários, monopólios e o imperialismo e que supere essa polarização entre alternativas do mesmo sistema capitalista.
Não nos limitamos à defesa dos direitos democráticos atuais, que são muito limitados nesse sistema, queremos mais democracia contra os privilégios do poder econômico e político: salário de político igual ao de uma professora; mandatos revogáveis a qualquer momento por decisão popular; fim do lobby empresarial; proibição das emendas parlamentares que alimentam o centrão, o coronelismo e a compra de votos; igualdade real de tempo de mídia entre os partidos; e o fim dos privilégios dos políticos profissionais. Nenhuma dessas medidas interessa aos grandes empresários ou aos partidos do regime e justamente por isso são necessárias.
Não é possível um governo para a maioria trabalhadora e pobre da cidade sem enfrentar o poder e a riqueza dessa minoria privilegiada, atacando suas regalias, acabando com o parasitismo sobre o orçamento do estado e colocando essa riqueza a serviço das necessidades dos trabalhadores.
Colocar o pobre no orçamento só é possível se eles governarem. Por isso, é necessário um governo dos trabalhadores e do povo pobre, sem alianças com patrões, que enfrente os monopólios, impeça a remessa de lucros, rompa com o imperialismo, reverta as privatizações e coloque a riqueza social a serviço das necessidades da maioria. Em um governo baseado numa democracia da classe trabalhadora a tomada de decisão, com controle popular direto e organização desde os locais de trabalho, estudo e moradia. Esse governo só é possível com uma revolução socialista. Essa tarefa difícil é urgente.
Em São Paulo, romper as engrenagens do sistema capitalista é uma urgência.
Nada virá de cima. Só a organização, a luta e a construção desde a base podem abrir um caminho para um governo dos trabalhadores, sem patrões e sem submissão aos ricos.
Vem debater, militar e construir conosco a pré-candidatura de Vera!
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