
Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como o “Maníaco do Parque”, está preso há 27 anos e poderá ser solto em 2028. No entanto, ele não passou por nenhuma análise psicológica desde a época dos crimes e não recebeu acompanhamento adequado durante o período de detenção, conforme informações do UOL.
De acordo com a advogada de Francisco, Caroline Landim, o detento foi diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial, uma condição sem cura. Contudo, ele nunca foi submetido a tratamento ou acompanhamento psicológico que o preparasse para a liberdade.
A condenação e o diagnóstico
Francisco foi condenado em 1998 pelos assassinatos de 11 mulheres e responde por outras sete mortes. Ele foi preso em 4 de agosto daquele ano e, desde então, é réu confesso de homicídios qualificados, estupros, ocultação de cadáver e atentado violento ao pudor.
Em 2002 acontecia o julgamento de Francisco Assis Pereira, o mani@co do parque.
Condenado a 121 anos de prisão. pic.twitter.com/7kPMLHzKH5
— Fotos de Fatos (@FotosDeFatos) March 15, 2025
Durante o processo, foi diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial, mas, segundo Landim, esse diagnóstico foi feito com base em um único teste psicológico, realizado na época do crime. Desde então, não houve atualizações sobre seu estado psicológico.
“Ele não recebeu nenhum acompanhamento psicológico, médico, odontológico ou jurídico, então não sabemos qual é a real situação dele hoje. Em 2028 vai completar 30 anos da sua prisão [o tempo máximo para um detento, segundo a lei] e não sabemos qual é a situação dele hoje. É uma doença que não possui cura e o tratamento é uma questão paliativa, que nunca aconteceu,” afirmou a advogada Caroline Landim.
Apesar de condenado a mais de 280 anos de prisão, Francisco poderá ser libertado em 2028 devido a uma mudança no Código Penal brasileiro. A alteração, que entrou em vigor em 2019, aumentou o limite de cumprimento de pena para 40 anos, mas a mudança não afeta condenações anteriores.
Como o crime de Francisco foi cometido antes de 2020, ele ainda está sujeito à antiga regra de 30 anos, o que significa que sua libertação é possível em agosto de 2028.
“Ele arrancou os dentes sozinho”
Francisco ficou por mais de dez anos sem receber visitas ou acompanhamentos legais. Ele também teve problemas com atendimentos médicos, o que fez com que ele arrancasse todos os dentes.
Landim diz que ele tem um problema odontológico congênito, que lhe causou muita dor. Para aliviar, ele decidiu arrancar os dentes com linha de costura de bola.
“Ele quem fez a extração. Até pediu para ser atendido, mas provavelmente não houve uma estrutura para atender a demanda. Como houve demora e ele sentia dor, decidiu arrancar sozinho. Depois ele pediu por implantes, mas queria dentes de porcelana, o que é muito oneroso,” disse a advogada.
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