Mancha escura no mar do Guarujá

A privatização da Sabesp, conduzida pelo governo Tarcísio em 2024, está trazendo os resultado esperados. Escancara os prejuízos de tratar serviços essenciais como água e saneamento como mercadorias. O recente surto de gastroenterocolite aguda no litoral paulista, que já levou à morte uma jovem de 29 anos, expõe a deterioração dos serviços e a negligência com a saúde pública.

No Guarujá, a concessionária privatizada tenta se esquivar da responsabilidade por vazamentos e esgoto clandestino, apontados como possíveis causas do aumento dos casos de virose. Em vez de assumir sua função, a empresa joga a culpa na prefeitura, mencionando imóveis irregulares e galerias de águas pluviais, enquanto vidas estão sendo colocadas em risco. A alegação de que “não há relação com as operações da empresa” soa vazia diante das evidências.

Os questionamentos de parlamentares, como Erika Hilton (PSOL-SP) e Tenente Coimbra (PL), evidenciam o abandono da população. A deputada federal, em um ofício, destaca a necessidade de apurar responsabilidades, enquanto o deputado estadual classifica como “inadmissível” o escoamento de esgoto para o mar.

A Sabesp privatizada não apresenta respostas claras: a água potável está contaminada? O que está sendo feito para impedir novos casos? As perguntas ficam sem solução, enquanto a empresa tenta proteger sua imagem em vez de agir.

Tarcísio, que faturou R$ 14,8 bilhões com a venda da Sabesp, agora enfrenta um desastre sanitário e ambiental. A privatização, alardeada como solução, mostrou-se um tiro no pé. Sem regulação adequada e com foco no lucro, a qualidade do serviço cai, e a população paga o preço, muitas vezes literalmente.

A mídia, por sua vez, colabora com esse cenário destacando comunicados anódinos da empresa. Essa omissão é cúmplice na desinformação e contribui para o agravamento da crise.

A Sabesp privatizada age como uma empresa qualquer, preocupada com resultados financeiros, e não como a prestadora de um serviço público vital. É hora de questionar os reais beneficiados por essa privatização e exigir que a saúde e a segurança da população sejam tratadas como prioridades, não como prejuízo no balanço de uma concessionária.

O “surto de virose” tem cura: reverter a privatização.

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Last Update: 07/01/2025