
No dia 4 de julho de 2000, o governo de plantão na cidade de Manaus entregava à iniciativa privada os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Passados 25 anos, o que era vendido como “solução moderna e eficiente” se revelou um verdadeiro pesadelo para a população manauara. A promessa de universalização do saneamento virou lucro para poucos e miséria para muitos.
Desde então, os moradores convivem com um serviço precário, caro e excludente. Manaus amarga hoje um dos piores desempenhos do país em saneamento: apenas 28,46% do esgoto é coletado e 22,31% tratado, segundo informações publicadas pelo Ondas. A cidade figura entre as 20 piores do país em saneamento básico, com tendência de piora ano após ano.
Mas os números contam só parte da história. A realidade vivida nos bairros da capital amazonense é ainda mais dura: falta d’água, tarifas abusivas, cobrança por serviços não prestados, qualidade duvidosa da água e um sistema de esgoto inexistente ou ineficiente. Enquanto isso, a empresa Águas de Manaus — que já passou por quatro donos diferentes — lucra alto e investe pouco, operando como se a água fosse mercadoria e não um direito humano.
A cidade, que já teve três CPIs para investigar o contrato de concessão, continua refém de um modelo falido e injusto. Em vez de interromper o contrato, a Prefeitura tem sido cúmplice das empresas, blindando um sistema que exclui justamente os mais pobres — que muitas vezes pagam caro por um serviço que não chega.
O Sintaema se soma às vozes que pedem o fim dessa farsa. Não há mais como esconder: a privatização do saneamento em Manaus fracassou. É hora de devolver à população o que nunca deveria ter sido entregue aos interesses privados.
Pelo direito à água e ao saneamento!
Por uma gestão pública, democrática e universal!
Manaus merece respeito.