O pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou claro que quer participar da escolha do nome que representará a extrema-direita nas eleições presidenciais de 2026. Ele descartou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fugiu para os Estados Unidos em março, e defendeu a candidatura de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama.
“Acho que Michelle tem mais chance”, declarou Malafaia à revista bolsonarista Oeste, ao ser questionado sobre a disputa interna no clã. Ele afirmou não ter “nada contra o Eduardo”, mas foi direto ao indicar sua preferência.
O religioso é um dos maiores entusiastas da candidatura da mulher de Jair Bolsonaro, ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que deseja que Michelle tenha como vice o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Malafaia defende uma “chapa pura”, formada exclusivamente por nomes do bolsonarismo raiz. Ele rechaça alianças com políticos do Centrão, especialmente figuras que “se vendem para o governo Lula”.
“Bolsonaro tem que fazer uma chapa pura para presidente e deixar esses vendilhões de lado”, escreveu Malafaia nas redes sociais, ao criticar o que chama de “pseudo direita prostituta”. A publicação mirou diretamente o líder do PP na Câmara, deputado Doutor Luizinho, que recentemente declarou que “Bolsonaro atrapalha a direita” por não abrir espaço para outras candidaturas, como a de Tarcísio.
BOLSONARO ATRAPALHA A DIREITA ? Vou responder ao líder do PP dr Luizinho . O que atrapalha é essa pseudo direita , prostituta , que se vende para o governo Lula e tem ministros no seu governo e que usa Bolsonaro quando interessa . BOLSONARO TEM QUE FAZER UMA CHAPA PURA PARA…
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) June 19, 2025
O episódio expõe o racha dentro da base bolsonarista sobre a sucessão em 2026 e indica que Malafaia pretende interferir diretamente na escolha do nome que herdará o capital político do ex-presidente.
A origem da ex-primeira-dama, que tem pai cearense, deve ser usada como instrumento estratégico para atrair o eleitorado do Nordeste, tradicional reduto do presidente Lula (PT). Para Malafaia, esse aspecto pode quebrar resistências regionais ao bolsonarismo.
