O governo de Donald Trump é acusado de interferência na governança das universidades dos Estados Unidos. O presidente tem atuado para levar a sua ideologia de extrema direita para dentro dos centros de pesquisa e salas de aula. O caso fez com que mais de 100 representantes de universidades, faculdades e sociedades acadêmicas produzissem uma carta aberta, publicada nesta terça-feira (22), rechaçando a ingerência do governo.
Harvard, a mais proeminente universidade do país, não aderiu às imposições de Washington e com isso teve o financiamento federal de US$ 2,3 bilhões congelado. Além disso, o governo ameaçou retirar a isenção de impostos e proibir Harvard de matricular estrangeiros.
Esse ataque às finanças universitárias visa coagir a direção universitária a atender seus requisitos para supervisionar alunos e professores, assim como o conteúdo ensinado.
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Em resposta, interlocutores da Casa Branca já disseram que o governo pretende que recursos federais não sejam empregados em pesquisas que incentivem discriminação racial.
O argumento sem lógica na verdade esconde que Trump quer reprimir apoiadores do Estado da Palestina, acusando os estudantes de antissemitismo. Os universitários realizaram ao longo de 2024 diversos protestos em denúncia ao genocídio levado adiante por Israel com apoio dos EUA.
Dessa forma, o presidente norte-americano cobra das Universidades que combatam seus próprios alunos ao suprimir a liberdade de expressão que a extrema direita tanto gosta de bradar, porém, de fato, não a pratica. Outros ataques incidem sobre pessoas transgênero e pesquisas sobre inclusão e diversidade.
Os advogados da Harvard entraram com processo contra o governo Trump para reverter o congelamento dos fundos da instituição, além de apontar os pedidos que ferem a Constituição e desrespeitam leis federais e direitos civis. No processo ainda consta que o Executivo tenta supervisionar contratações e impor currículo alinhado ao que o governo entende ser o correto.
No documento que acusa o governo Trump de ser um risco ao ensino superior com interferência política, ainda constam o apoio de reitores de outras importantes instituições como Yale, Brown, Columbia e Princeton.
*Com informações Reuters